Luiz Daniel Priscinato Júnior,
vítima de um acidente automobilístico,
deixa num papel algumas expressões poéticas,
organizadas neste poema.
Ele está morto
“Parem os relógios, cortem o telefone,
Impeçam o cão de latir, silenciem os pianos.
E como um toque de tambor, tragam o caixão.
”Venham os pranteadores,Voem em círculo os aviões…
Escrevendo no céu a mensagem:Ele está morto!
Ponham laços nos pescoços brancos das pombas,
Usem os policiais luvas pretas de algodão…
Ele era meu norte, meu sul, meu leste e oeste…
Minha semana de trabalho e meu domingo…
Meu meio-dia, minha meia-noite;
Minha conversa, minha canção…
Pensei que o amor fosse eterno… Enganei-me…
As estrelas são indesejadas agora!
Despersem-nas todas…
Embrulhem a lua, e desmantelem ao sol…
Despersem o oceano e varram o bosque,
Pois nada agora pode servir…
28.12.1994 – Jairo de Lima Alves