A Mística cristã não-católica
O protestantismo também desenvolveu várias tendências místicas, embora os iniciadores da Reforma não as tenham cultivado. Manifestam-se na filosofia de Jacob Böhme (1575-1624) e no pietismo dos séculos XVII e XVIII, como a seita dos irmãos morávios, sob a liderança de Nikolaus Ludwig Zinzendorf (século XVIII). Nas igrejas orientais, uma das principais figuras da revivificação mística é Gregório Palamas (século XIV), para quem Deus se manifesta em pessoa no corpo do fiel. A mística bizantina difundiu-se no Oriente cristão e seus adeptos na Rússia dos séculos XVIII e XIX foram os startsy (plural de staretz) — monges ascetas no modelo dos eremitas dos desertos do Egito, Síria e Palestina. O mais conhecido é o monge Serafim de Sarov (1759-1833). A figura do staretz foi difundida no mundo ocidental pelo livro Relato de um peregrino russo, editado a partir de manuscrito encontrado num mosteiro ortodoxo, de autor desconhecido, que conta experiências místicas ao longo de toda uma vida de ascese e busca de Deus.