Sobre o Perdão:
A Justiça Universal é uma Lei,
da qual nada escapa.
Com que frequência e por quanto tempo deveríamos tolerar e perdoar aqueles que nos fazem mal e, muitas vezes propositalmente, tiram vantagem de nossa natureza mansa, confundindo-a com fraqueza?
Como virtude, o perdão deve ser abordado do ponto de vista racional e lógico, em vez de simplesmente de um ponto de vista emocional e religioso.
Somos dotados de razão, portanto, cabe a nós usá-la com sabedoria e para o maior bem comum.
As pessoas erram – todos nós erramos – e é nesse ponto que precisamos admitir nossa falibilidade, pois sem isso, não podemos perdoar sinceramente ninguém.
É claro que não apenas os outros erram, mas nós também erramos. Se esperamos compaixão e compreensão dos outros, então devemos também oferecê-los aos outros com toda a boa vontade.
Contudo, é necessário também saber se o ato ou conduta em questão foi de fato um erro. Será que foi algo feito sem perceber as consequências? Será que o ato foi realizado sem malícia ou sem premeditação? É claro que uma pessoa que inocentemente comete um erro e cuja negligência provoca danos deveria ser perdoada, com algumas condições.
A reação emocional instintiva, no caso de sermos a parte prejudicada, é revidar, causando um dano igual ou maior ao ofensor. Seria isso equivalente à antiga lei mosaica “olho por olho, dente por dente”, que foi influenciada pelo Código de Hamurabi. (2240-2185 a.C).
Concluindo, o perdão é um ato interno de humildade, um ato em que todos os pensamentos e emoções próximas da raiva ou da vingança são eliminados imediatamente e são substituídos por indiferença ou neutralidade.
Na verdade, em matéria de perdão, a tolerância é a palavra de ordem, em todos os sentidos.