CAPÍTULO IV
SINCRETISMO E ECUMENISMO
Sincretismo e Ecumenismo: o que seria mais aceitável? Filosoficamente e
dentro de um conceito geral, a tentativa de elucidar algumas dúvidas aqui no
tocante ao Sincretismo e ao Ecumenismo no contexto da Espiritualidade. Existem
muitas maneiras de interpretar a ideia, mas é preciso aplicar algumas formas
mais adequadas para a compreensão dos termos utilizados pelos religiosos.
Sincretismo é uma fusão de doutrinas de diversas origens, seja na esfera das
crenças religiosas, seja nas filosóficas. A origem se deve provavelmente ao
livro “Moralidades”, de Plutarco no capítulo “amor fraternal”, onde comenta que
os cretenses esqueciam as diferenças internas a fim de se unir para combater um
mal maior. Então, sincretismo é agir como os cretenses agiam, unir coisas
dispares, apesar das diferenças, a favor do que é semelhante. Noutras palavras,
Sincretismo é a mistura de conceitos, com o fim de agradar a todos
indiscriminadamente. A prática não é muito aceita pelos Adeptos mais
conservadores de doutrinas espiritualistas. Na história das religiões, o
sincretismo é uma fusão de concepções religiosas diferentes, ou, a influência
exercida por uma religião nas práticas de uma outra. Seria, mais ou menos, a
utilização de elementos de uma religião em conjunto com os elementos de outra
crença.
Durante o período de decadência Romana, os germânicos começaram a entrar em
seus territórios, de forma pacífica e armada misturando as culturas cristã
romana com a mitologia germânica. Roma se tornara cristã em certo tempo e
tentou cristianizar os germânicos, mas estes estavam muito ligados com a
cultura local. Também entre nós, em lugares de influência africana, os cultos
afro se misturam com os costumes cristãos, sejam eles católicos ou
evangélicos.
Ecumenismo é outra coisa. É possível o diálogo interreligioso, mantendo o
respeito às diferenças religiosas e praticando os pontos comuns, quando isso
for conveniente para as partes. A doutrina central é da Bíblia Cristã e os
pontos divergentes não são discutidos, evitando-se os conflitos.
Há quem condene o Ecumenismo, mas é saudável o convívio de Adeptos de
diferentes doutrinas. Os pontos fundamentais da fé são observados, surgindo daí
o sentimento de união entre uma corrente religiosa e outra, mesmo entre os mais
radicais da fé cristã. As relações interreligiosas são importantes em todos os
sentidos, porque reúnem as pessoas com objetivos semelhantes, na busca do mesmo
Deus.
Então, de acordo com os intérpretes da religião e de exegetas renomados, o
Sincretismo deveria ser evitado sob todos os aspectos por se tratar de uma
mistura sem sentido com a infiltração de cultos pagãos nos lugares consagrados
ao Cristianismo. Já no Ecumenismo, acontece o Culto Cristão dentro dos mesmos
princípios com poucas divergências de ordem doutrinária. Os pontos comuns são
evidenciados, deixando de lado as divergências menos acentuadas aos
participantes do Culto em epígrafe.