Estes versos representam uma homenagem Póstuma à senhora Eulália, que deixou o mundo no dia 23 de dezembro de 2007. Ao esposo José Aparecido de Oliveira e aos filhos Jota, Robson, Eduardo e Luiz, as sinceras condolências deste amigo poeta.
Lamentações de um Ancião
Um quadro desolador, quando diante de um esquife
O olhar triste de um ancião, que lamenta e chora…
Alguém que ele tanto amava ali se encontra morta
Pobre velho, pelas palavras, parece que não suporta
“Perdi tudo o que eu tinha!. Ela é a minha senhora.”
Inconsolável e já sem forças, num leito ali deitado
O ancião lamentava”em mim, tudo dói, não agüento
”Era imensa a solidão de quem perdeu um grande bem
E, na capela dos mortos, com os amigos que ele tem,
as lágrimas rolavam no rosto… era o seu triste lamento.
Dormia um pouco e acordava e com o peso da idade,
balbuciava… sofria o ancião, após tanta convivência.
Mais de meio século ao lado de sua mulher amada,
que agora se despede e vai para a última morada…
Lembra ainda o ancião que valeu toda a experiência.
Uma prole ali está: a homenagem a quem merece…
O ancião contempla o quadro, vem o nó na garganta
Filhos e netos bem perto, a boa mulher foi embora
Não pode mais andar, mais uma vez o velho chora
Adeus, Eulália! Para o velho Zé, “ela foi uma santa…”
25.12.2007 – Jairo de Lima Alves