O dinheiro pode ser encarado de modo diferente de pessoa para pessoa. Não somente pode suprir as necessidades da vida, mas também pode simbolizar sucesso, poder, posição social e segurança emocional.
O dinheiro faz muito bem às pessoas, às famílias. O dinheiro existe para ser bem administrado, sem egoísmo e com responsabilidade. O dinheiro é necessário para que possamos ter uma vida melhor, desde que seja bem utilizado. É preciso muito cuidado para não nos tornarmos escravos do dinheiro, permitindo que ele nos use. Ao contrário, o dinheiro é para ser usado por nós. No relacionamento familiar, o dinheiro é um dos maiores campos de batalha. Muitas vezes, as rixas sobre dinheiro no lar não são os problemas fundamentais, mas na realidade é o sintoma de problemas muito mais profundos no lar, que pode causar distúrbios ao casal e aos filhos. Se usarmos o dinheiro na medida exata de nossas necessidades, ele nos fará um bem extraordinário, nos proporcionando uma boa dose de felicidade. Também quando o dinheiro é empregado em boas obras, como uma ferramenta de generosidade, ele passa a ter um valor incomensurável, que pode nos transportar a uma paz duradoura.
Kraft und Licht, em sua avaliação pessoal, disse: “Quem é o mais pobre no mundo? Eu lhes direi: o mais pobre que eu conheço, é o que nada possui além de dinheiro.”
Kraft und Licht, em sua avaliação pessoal, disse: “Quem é o mais pobre no mundo? Eu lhes direi: o mais pobre que eu conheço, é o que nada possui além de dinheiro.”
Tenho um amigo, considerado rico na comunidade, e foi justamente dele que ouvi uma expressão nada animadora sobre o real valor do dinheiro. Dizia-me: “perdi um irmão querido, acometido subitamente por um câncer, e que tinha apenas 49 anos de idade. Era próspero, mas naquele momento o dinheiro não conseguiu devolver-lhe a saúde.” E conjecturava ainda sobre o vil metal, que faz tanta gente perder a razão: “Dinheiro só serve para uma coisa: gastar e dar troco. Ele não tem outra serventia.”
Lembro-me ainda de um casal de cegos, que viajava de aldeia em aldeia, dando alegria ao povo, cantando e tocando viola. Uma coisa que me marcou muito foi um extenso poema musicado, cujo título era “O Valor do Dinheiro”. Com mais de vinte estrofes, o assunto era narrado com naturalidade, abordando o caso de um cão, que após a sua morte foi enterrado com honra de deputado. Os cantadores empolgavam a plateia, quando nos versos, mostrava como o dinheiro pode deixar as pessoas completamente alucinadas. Lamento não ter comigo a cópia que os violeiros distribuíam nas cidades, onde se apresentavam. A “ceguinha”, com a voz modulada, contava a estória que em sua paróquia, o dono do cachorro, que era homem de posses, induziu o vigário a celebrar missa de corpo presente para o seu cão de estimação. O caso foi parar na diocese e até mesmo na instância superior da Igreja. E finalmente, consentiu o bispo que o animal fosse enterrado com honra de deputado, desde que uma vultosa quantia em dinheiro fosse depositada nos cofres da matriz, ficando cada um com a sua parte. Lógico que isso não passa de uma metáfora, mas serve apenas para demonstrar o valor que tem o dinheiro.
Certamente, o dinheiro tem o poder de comprar todas as coisas, objeto de nosso desejo, mas há uma advertência séria do Mestre, quando diz: “buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça…”
Costumo dizer sempre aos meus amigos, a respeito do dinheiro e das riquezas, que não se constitui nenhum pecado alguém ter o privilégio de ser possuidor de muitas riquezas, desde que saiba ser humilde, distinguindo entre o Ter e o Ser. Existem muitos ricos que são generosos, mas também não são poucos os pobres orgulhosos.
Riqueza é um dom de Deus, que poder fazer as pessoas felizes, mas também pode arruinar muitas vidas, pela absoluta falta de equilíbrio. Talvez seja essa a razão que a riqueza é confiada para poucas pessoas, embora ela esteja disponível a todos, de acordo com a teoria da prosperidade.
Ouve-se falar de grandes fortunas em todo o mundo, mas é normal se ouvir falar de extrema miséria em todos os continentes. Interessante que a riqueza está por aí mesmo, bem perto de nós, porque ela vem da terra. É uma coisa inexplicável! Nem todos podem usufruir das dádivas de Deus, criadas por Ele mesmo para o deleite de seus filhos. Por quê?