Refletindo a Existência
A madrugada jaz silenciosa de passos. O céu se encontra
encoberto, por cores de noite e anteparo de nuvens. O ronco dos motores também
ora está ausente. A noite induz à reflexões que se alternam, mormente por se
tratar da quadra inicial do ano. Ano Novo? Já conto tantos deles que, pela
quantidade, não se me apresentam muito novos assim.
encoberto, por cores de noite e anteparo de nuvens. O ronco dos motores também
ora está ausente. A noite induz à reflexões que se alternam, mormente por se
tratar da quadra inicial do ano. Ano Novo? Já conto tantos deles que, pela
quantidade, não se me apresentam muito novos assim.
Alcançam-me indagações, num procissão de pontos de interrogação, sobre o
porquê da vida e tudo o mais. Cada um de nós, se bem refletir, constata que o
mistério nos alcança a partir de nós próprios. A conclusão é a de que vivemos
num mundo com mais perguntas do que respostas.
Um Novo Ano se inicia. Ou melhor, continua a partir de tudo o que já
envelheceu em mim e ao meu redor.
envelheceu em mim e ao meu redor.
A esta altura sexagenária da existência, a bagagem que levo às costas é
considerável. Todavia, é inevitável o peso de tudo. Até mesmo das coisas
intangíveis.
Já não é tão fácil correr sequer com o pensamento, antes bem mais ágil.
Mas o condicionamento persiste, a fazer prevalecer a tentação em olhar
para trás. Mais a insistir sobre o que ficou do que para aquilo que está por
vir.
Mas o condicionamento persiste, a fazer prevalecer a tentação em olhar
para trás. Mais a insistir sobre o que ficou do que para aquilo que está por
vir.
A esta altura da vida, a saudade briga dia e noite com a esperança? Quem
vencerá? Nunca saberemos.
Geraldo Generoso, de Ipaussu, SP