Em busca da paz
O
engenheiro Charles Vega Parucker viveu para a Ordem Rosacruz. O legado da AMORC
é milenar e, por décadas, o Grande Mestre procurou
integrar a filosofia da fraternidade na vida prática de todos os que conviviam
com ele, promovendo harmonia, equilíbrio, saúde e o despertar das faculdades
“adormecidas” na maioria dos seres humanos. Do seu legado, destacamos, entre
outros, a construção do Museu Egípcio e Rosacruz, da Biblioteca Alexandria e da
sua maior e mais querida obra: a Morada do Silêncio, retiro espiritual
localizado na Chaminé da Serra, no município de Quatro Barras, Região
Metropolitana de Curitiba, em meio à Mata Atlântica.
Mineiro de Belo Horizonte, nasceu no dia 17 de Setembro de 1936. Escolheu Curitiba para terminar seus estudos, na década de 60.
E, como estudante do curso de Engenharia da Universidade Federal do Paraná,
Charles descobriu a Ordem Rosacruz. Nunca mais a abandonou, mesmo tendo voltado
a morar na cidade natal. Trabalhou em diversas empresas multinacionais, mas uma
vez por semana viajava para Curitiba para dar prosseguimento aos estudos.
Trabalhou na Refrigeração Paraná S/A, na General Electric e na Asea Brown
Boveri S/A, participando das negociações e da administração de contratos da
construção de muitas usinas hidrelétricas, como Ilha Solteira, Foz do Areia,
Parigot de Souza, Balbina e Itaipu, no Brasil; e outras no México, República
Dominicana, Paraguai, Colômbia e Libéria.
Em 1982, devido a suas qualidades filosóficas e administrativas,
assumiu o cargo de Grande Mestre da Ordem Rosacruz para os países de língua
portuguesa. Durante um breve período, em caráter interino, abraçou o cargo de
Grande Mestre da AMORC para os países de língua espanhola. Era o representante
da Grande Loja no que dizia respeito aos assuntos administrativos, filosóficos
e espirituais, lembra o amigo Jamil Salloum Júnior. No Brasil, são mais de 20
mil Rosacruzes e tem em torno de 280 núcleos espalhados pelo país, além de
Portugal e Angola. A carga do trabalho era espantosa, mas Charles dava conta de
tudo, sempre com bom humor.
Na década de 90, motivou-se a deixar a ponte aérea e veio morar
definitivamente em Curitiba. Assim, era o primeiro a chegar e o último a sair
da sede, localizada no bairro Bacacheri. Fazia questão de ir de sala em sala
cumprimentar todas as pessoas. Não gerenciava nada de longe. “Viveu a AMORC.” E
assim também o fez sua esposa, Mercedes Palma Parucker, que o acompanhou e
incentivou durante a trajetória na Ordem. Ao longo de seu mandato, recebeu
inúmeras honrarias e distinções de diversas entidades e órgãos governamentais,
inclusive o título de Cidadão Honorário de Curitiba. Após 26 anos à frente do
cargo, foi designado vice-presidente mundial da AMORC, cargo que desempenhou
até 2013. Deixa a viúva Mercedes, três filhos e três netos. Dia 6, aos 78
anos, em Curitiba. Foi sepultado no no Cemitério do Abranches no
dia de outubro de 2014.
(Charles Vega Parucker – Homenagem Publicada no Jornal Gazeta
do Povo em 08/10/2014, com adaptação para a Coluna| Aline Peres)









