A RELIGIÃO DAS APARÊNCIAS
A verdadeira Espiritualidade não se baseia em aparências humanas, em falsa religiosidade, em práticas enganosas da religião formal. É incrível como ainda nestes dias, homens e mulheres imaginam que simplesmente frequentando um templo, seja
católico ou evangélico, estariam salvos e com pleno direito de habitar no céu. Não assimilaram bem a simplicidade do evangelho de Jesus, que traz mensagens edificantes para quem quer viver na Luz, debaixo da graça de Deus.
Num sábado à noite, Deus permitiu que eu ouvisse, no programa Direção Espiritual, importante mensagem do padre Fábio de Melo, que discorreu sobre esse palpitante assunto. Parecia até que o sacerdote naquele momento se transmutava num eloquente pastor evangélico. Ele evocava a condição espiritual da pessoa, independentemente de sua afiliação religiosa. Então, dizia ele com todas as letras que “a religião de aparências praticada por muita gente não passa de hipocrisia, tendo nessa atitude um modo muito claro de enganar o seu semelhante.”
Os templos estão cheios, mas os corações estão bem distantes de Deus. A consciência de muitos parece estar mesmo cauterizada e nem mesmo os mais eloquentes sermões podem demover as multidões da falsa religiosidade, porque estão buscando o deus deste século: a fama, o dinheiro, a luxúria e outras coisas que tanto mal causam à alma. Dizia o sacerdote em sua prédica, que é bem possível que os criminosos da política denunciados pela Imprensa, boa parte deles, professam uma religião, mas uma religião de aparências, longe de Deus e do Mestre Jesus.
Convém, mesmo nestes dias difíceis, que os adoradores sejam verdadeiros, obedecendo a Deus em tudo o que realizam. Perdem todo o tempo os hipócritas que se mostram ao mundo e aos amigos como se fossem pessoas santas, mas às escondidas só praticam aquilo que Deus jamais aprovaria. Surge, então, a célebre pergunta: “em meu lugar o que faria Jesus?” Uma pergunta difícil para ser respondida, mas é muito real, mesmo nestes tempos modernos. Com certeza, se Jesus pudesse comparecer fisicamente num dos cultos ministrados nos dias atuais, Ele novamente iria dar uma “surra” em pastores e padres, expulsando-os dos púlpitos, pois o que ensinam não é a verdade que o Mestre Maior tanto deseja.
Quem sabe, a apostasia que acontece e o esfriamento na fé podem ser o fator determinante para tantos erros nos lugares sagrados, no Altar de Deus. No entanto, é bom ressaltar que existem ainda homens e mulheres que não se contaminaram e ainda pregam a verdadeira Palavra de Vida, doa a quem doer. Sim, porque milhares desses ditos “obreiros” da causa santa só podem enxergar cifras diante de seus olhos, não se importando com o reino eterno. Ao final, não poderá haver desculpas, nem das ovelhas nem dos pastores.
Além das sábias palavras do sacerdote romano em epígrafe, os evangelhos estão repletos de advertências sobre os maus pastores, que gostam de ver os templos cheios
podendo render-lhes mais dividendos, mas que ao final da jornada serão reprovados. Constituídos para cuidarem das ovelhas, deixam de cumprir a missão e permitem a desordem no Altar. A estes, é deveras dura a Palavra de Jesus, e todos eles conhecem a perfeita Vontade de Deus, mas sentem-se impotentes para
administrar o Templo, deixando de cumprir as ordenanças apostólicas da Igreja Primitiva.
O que se verifica atualmente é um amontoado de erros, onde o rebanho não é bem
alimentado, e assim, foge facilmente do redil, entendendo que não vale mais a pena ficar ali pela absoluta falta de amor. As ovelhas gemem sob pesada carga, mas também percebem que delas querem somente a lã. Até quando continuará este sistema de coisas? O vil metal cega completamente os homens que administram, mas Deus vai requerer de cada um, no tempo oportuno, a prestação de contas.
O tempo urge para que todos estes homens, chamados ministros de Deus, possam buscar a santificação, recebendo dos céus a capacidade para entender o propósito divino. Que tenham eles menos apego às coisas materiais e muito mais amor pelas almas!…
7.10.2015 – JAIRO DE LIMA ALVES