EU AVISEI: “NÃO ABUSEM DAS DÍVIDAS!”
Não fiz curso de economia, não
aplico na Bolsa de Valores e nem devoro livros sobre a matéria Aliás, acho a
linguagem dos economistas prolixa demais. Curtir por exemplo uma palestra dos
especialistas na área requer interesse e muita paciência.
Abrindo parênteses:
Na década de 70 o saudoso Joelmir Beting, que era ‘apenas’ um grande
jornalista, lançou o livro com o atraente título: ‘Na pratica, a teoria é
outra’. Convidado pela Associação Comercial de São José do Rio Preto (SP) ele
conseguiu prender a atenção do público com sua palestra exatamente pela forma
como abordou o assunto, usando expressões populares e exemplos visíveis em
nosso dia a dia.
Claro que os
tempos eram outros, mas o crédito – nas devidas proporções, era como hoje – à
disposição dos empreendedores e do público em geral. Bastava ter coragem e
‘meter os peitos’ como se diz na gíria.
De lá para cá, o
que efetivamente houve foram mudanças na comunicação através da eficiente
máquina da propaganda, despertando desejos e seduzindo os consumidores indecisos.
Com isso o consumismo saiu da classe abastada, ganhou volume na classe média e
atingiu a sedenta classe de menor renda.
Foi o que se viu
no país após a contenção da inflação e a consequente estabilidade da moeda na
esteira do Plano Real. Casa própria, eletrodomésticos, carros, viagens e
mudanças comportamentais passaram a fazer parte da nova vida do brasileiro. Se
de alguma forma consumir proporciona felicidade, o brasileiro não tinha do que
reclamar.
Mas ao embarcar
nesta onda, influenciados pela política do governo de incentivar o consumo,
muitos brasileiros não atentaram para os riscos do excesso de compromissos
assumidos. Não levaram em conta as chances de uma crise global, a alta dos
juros e a estagnação da economia nacional e o consequente desemprego.
As últimas medidas
tomadas pelo Governo não sinalizam dias melhores. Muito pelo contrário.
Mostram: ‘chegou a amarga conta’ dos excessos cometidos – pelo próprio governo
e a maioria da população ativa economicamente.
Todos os segmentos
já sentem os reflexos. O dinheiro sumiu e seu custo altíssimo, o que inibe
investimentos da produção. A sociedade está endividada e deve se retrair ainda
mais. Longe de ser pessimista, é preciso ser realista para aprender de vez
lições praticas que atravessam o tempo. Uma delas ainda da época dos avôs:
Dinheiro não aguenta desaforo. De leve…