Certo dia, ouvi num lugar qualquer, o som de uma viola caipira. Ao me aproximar do violeiro, senti que estava com um soluço na garganta, ‘quase chorando’, ao lembrar as glórias do passado. Com a idade bem avançada e com as mãos ‘trêmulas’, começou a falar sobre nomes consagrados do cancioneiro caboclo, ainda nos tempos do circo em pequenas cidades no Sul do Brasil. Zé Mineiro recordava os sucessos de Tião Carreiro, as ‘modas’ sertanejas de Tonico e Tinoco, os cururus de Zé Carreiro e Carreirinho, as belas toadas de Zé Fortuna e Pitangueira, as canções rancheiras de Pedro Bento Bento e Zé da Estrada, os rasqueados de Cascatinha e Inhana, as modas de viola de Raul Torres e Florêncio, os cateretês de Zé Mulato e Cassiano. Enfim, tantos astros que fizeram história, se apresentando em centenas de cidades brasileiras. Os ‘lamentos’ de um violeiro causaram impacto, quando ele contava em detalhes, a glória de um passado, sem volta.