EDILSON BRAZ DEIXOU SAUDADE
Por qualquer rua que passava, lá estava o Edilson, com seu uniforme de cores fortes, seu chapéu pra se proteger do Sol, a bolsa de lona com o timbre dos Correios, estava lá o Edilson a cumprir a árdua tarefa de entregar correspondências, no tempo bom ou tempo ruim. Mas para ele todo tempo era bom.
Conhecia todo mundo! Aliás, uma virtude comum nos funcionários dessa Empresa, responsável pelo transporte de tantas cartas e encomendas.
Mas o Edilson não só conhecia, mas fazia questão de abrir um largo sorriso e cumprimentar a todos que passavam por ele.
Em algum lugar ouvi dizer que, se caminhar faz bem à saúde, os carteiros seriam imortais… mas achava que era uma piada.
Edilson não gostava de ver ninguém chateado, mesmo que a encomenda atrasasse pra chegar. Com muita simpatia, explicava com calma e paciência a demora que, coitado, nem era culpa sua!
Edilson sabia quem só podia receber a encomenda na segunda-feira, quem só poderia receber na quarta ou quinta-feira… etc.
Mas o Edilson foi entregar uma carta no céu. Como não gostava de ver ninguém chateado, partiu nessa derradeira missão sem nos avisar.
E não quis avisar ninguém, talvez porque não pretendesse voltar…
No céu não tem essa de receber encomendas em dias específicos. As portas estarão abertas pra você, pra qualquer hora que você chegar!
Ah! A brincadeira sobre caminhar faz bem à saúde não era piada não. Os carteiros são imortais sim, porque o Edilson vai continuar vivo aqui com a gente, na memória.
Marcelo Lagoa de Almeida