A última reencarnação de Judas Iscariotes na Terra foi a da heroína francesa Joana D’Arc, queimada nas fogueiras inquisitoriais do século XV, conforme o livro Crônicas de Além Túmulo, do Espírito Humberto de Campos, pelo médium Chico Xavier. Judas ficou conhecido como traidor. Porém, se analisarmos bem os fatos da Paixão de Cristo, chegaremos à conclusão de que Judas foi mais um traído do que propriamente um traidor.
Essa afirmação tem base no diálogo entre ele e Tiago, no dia anterior à prisão de Jesus, no qual Judas revela o seu plano de simplesmente apressar o triunfo, no mundo, do Cristianismo, e não o de eliminar seu Mestre, que amava profundamente. Esta informação é do Espírito Humberto de Campos, publicada no livro Boa Nova, psicografado também pelo médium Chico Xavier, no capítulo A Ilusão do Discípulo.
A palavra que Judas Iscariotes fez calar em Jesus, tramando contra a sua vida, se tornou o caminho para muitas pessoas que acreditaram em Jesus por causa de Pedro. Judas fez tudo errado e não teve como voltar atrás. Pedro fez tudo errado, mas encontrou em Jesus o caminho do perdão e da misericórdia.
A prova disso está no fato de que Judas Iscariotes, ao receber do Sinédrio as trinta moedas de prata como pagamento para entregar Jesus, não esperava receber o fel da amarga desilusão, ao ver o Cristo duramente torturado. Ao perceber a traição dos fariseus, pois não era isso que desejava para o seu Mestre, ele de imediato foi devolver as moedas recebidas para desfazer o acordo infeliz. Nesta oportunidade, porém, recebeu em troca a expressão de deboche dos príncipes dos sacerdotes: “Isso é contigo”. Nada mais restava fazer para salvar o Mestre dos Mestres. Infelizmente o plano sinistro estava consumado.
Foi então que Judas, depois de assistir as cenas do Calvário, levado por tremendo remorso, cometeu o suicídio. No entanto, Jesus, após a sua morte e tocado de compaixão, foi ao encontro do espírito enlouquecido de Judas, permanecendo três dias ao seu lado até que ele adormecesse, segundo a revelação da poetisa desencarnada Maria Dolores, no livro Coração e Vida, psicografia de Chico Xavier. Só depois desse gesto de amor e de perdão é que Jesus apareceu materializado a Maria Madalena, segundo o Evangelho de João (20: 11 a 18).