Pouco se sabe a respeito de Lao Tsé. A curta biografia que dele nos deu Se Ma Tsen em suas Memórias Históricas, escritas por volta de 99 a.C., é o documento mais antigo que contem informações sobre sua vida; além do que, nada permite afirmar sua autenticidade.
Teria nascido em 570 a.C., na aldeia de Hai, no reino de Chen. Era de família nobre, a família Lao Che, da casta Che. Seu nome por parte de pai era Li, e seu primeiro nome Eul. Em 581 d.C., o imperador Tsing ordenou que lhe fossem rendidas as mesmas honras que ao Buda. Foi chamado de Yuem Hoang Ti, Mestre Soberano da Obscuridade, mas foi conhecido sobretudo pelo nome de Lao Tsé, quer dizer, Velho Mestre, entendendo-se velho’ no sentido de venerável’.
Arquivista da corte dos Chou, ao perceber que o poder destes estava em declínio, cansado e desgostoso pela desordem do império, decidiu afastar-se para não testemunhar sua queda. Não se sabe quando nem onde morreu: “tendo amado a obscuridade acima de tudo,” diz Se Ma Tsen, “esse homem apagou deliberadamente os vestígios de sua vida”. Mas que importa a trama de sua existência? Gênio original, não revelando senão a Grande e Antiga Tradição, Lao Tsé pertence à linhagem daqueles que tiveram uma missão a cumprir, cujo pensamento e sabedoria são um reflexo da luz divina sobre a terra: a linhagem dos que atingiram a imortalidade.