Prefeito de Guarulhos
Segundo a ex-presidente da ONG Água e Vida, Denise Xavier Veluchi, verbas destinadas à instituição foram usadas mais de uma vez para pagamentos de empréstimos obtidos pelo então candidato Sebastião Almeida (PT) para sua campanha nas eleições de 2008, o que configuraria crime eleitoral. A declaração foi feita na tarde de hoje durante depoimento prestado por Denise ao delegado Ricardo Sancovich na 3ª Delegacia de Assuntos Institucionais da Polícia Federal (PF) em São Paulo. Entre outras afirmações Denise disse que durante a campanha eram realizados churrascos e festas com dinheiro da ONG. Ela também teria confirmado ao delegado que quando presidia a instituição teve que pagar quatro cheques de R$ 5 mil cada a um importante empresário da cidade para saldar empréstimos feitos a Almeida durante a campanha. Segundo a depoente, as retiradas eram autorizadas pela primeira-dama, Lourdes de Almeida, que apesar de não estar mais na direção da instituição, tinha total controle sobre tudo que acontecia no local. O depoimento de Denise deu prosseguimento ao inquérito que foi aberto pela PF no ano passado, sob o número 0122/09-3, após o Ministério Público Eleitoral acatar denúncia da bancada tucana no Legislativo. Além disso, em abril deste ano o Partido Popular Socialista (PPS) deu entrada na Câmara Municipal no pedido de impeachment do prefeito Almeida e de seu vice Carlos Derman por desvio de verba pública que era destinada à ONG Água e Vida. No mesmo período também foram enviadas cópias de um dossiê de 503 páginas para diversos órgãos da Justiça estadual e federal. Paralelo a esses acontecimentos, este ano, o Ministério Público Eleitoral fez nova representação à PF, pedindo que fosse colhido o depoimento de Denise e do próprio prefeito Almeida. “O delegado deixou bem claro para minha cliente que o que lhe interessa é o período de 2008, quando os atos praticados pelo então candidato a prefeito (Sebastião Almeida) podem ter configurado crime eleitoral”, disse o advogado de Denise, João Kalil. Segundo João Kalil, no depoimento Denise fez um histórico de seu trabalho na presidência da ONG e teria deixado o delegado a par de todas as irregularidades que aconteciam no local. “Após ouvir os relatos, o delegado deixou escapar que há indícios fortes de várias irregularidades e crimes cometidos pelo atual prefeito”, disse o advogado. Embora não tenha sido confirmado é provável que o prefeito Almeida seja o próximo da lista a ser convocado para depor na PF.