Raul Montes Torres (11 de julho de 1906 — 12 de julho de 1970) foi um cantor e compositor brasileiro.
Nasceu em Botucatu, SP, filho de imigrantes espanhóis.
Na sua cidade já se dedicava
à música, cantando música
caipira em festas, mas
foi na cidade de São Paulo na década de
1920 onde decidiu
dedicar-se definitivamente à vida artística. Passa a trabalhar na Rádio Educadora de São Paulo em 1927, tocando modas de
viola. Inicialmente não escreveu e nem cantou músicas
sertanejas, mas sim sambas e emboladas, participando do
grupo Turunas Paulistas.
No ano de 1937, forma dupla
com Serrinha, que era seu
sobrinho e passa a se dedicar a escrever e cantar músicas caipiras. No ano de 1940, escreve a clássica Saudades de Matão (“Neste mundo eu choro a dor, por
uma paixão sem fim, ninguém conhece a razão por que eu choro no mundo,
assim…”). Compôs mais de 100 canções, entre as quais a Moda da Mula Preta (“Eu tenho uma mula preta com
sete palmo de altura…”).
Em 1945, começa a compor com
João Batista Filho, mais conhecido como João Pacífico e,
desta parceria, resultam as canções Pingo d’Água (“Eu fiz promessa pra
que Deus mandasse chuva pra crescer a minha roça e vingar a criação…”), Colcha de Retalhos (“Aquela colcha de retalhos que
tu fizeste, juntando pedaço em pedaço foi costurada…”), Mourão da Porteira (“Lá no mourão esquerdo da
porteira, onde encontrei vancê pra despedi…”), Cabocla Teresa (“Há tempos fiz um ranchinho, pra
minha cabocla morar, pois era ali nosso ninho, bem longe desse lugar…”).
A partir de 1960, passou a se dedicar
cada vez mais à apresentação de programas de rádio, especialmente pela Rádio Record
de São Paulo. Faleceu um dia depois de seu aniversário de 64 anos,
logo após a gravação do LP “O maior Patrimônio da Música Sertaneja”. Passou a ser conhecido durante os últimos tempos como “O Pai dos Violeiros.”