Rosacruz e a Maçonaria
Rosacrucianismo, assim como a Maçonaria, é um sincretismo de diversas correntes
filosóficas-religiosas: hermetismo egípcio, cabalismo judaico, gnosticismo
cristão e alquimia. Existe ligação entre a Maçonaria e os Rosacruzes e essa
ligação começou já na Idade Média. No fim do período medieval e começo da Idade
Moderna, com inicio da decadência das corporações operativas (englobadas sob
rótulo de Maçonaria de Ofício ou operativa), estas começaram, paulatinamente, a
aceitar elementos estranhos à arte de construir, admitindo, inicialmente,
filósofos, hermetistas e alquimistas, cuja linguagem simbólica assemelhava-se à
dos francos-maçons.Como a Ordem Rosacruz estava impregnada pelos alquimistas,
deu-se a ligação do Rosacrucianismo e da alquimia com a Maçonaria. Leve-se em
consideração, também, que durante o governo de José II, imperador da Alemanha
de 1765 a 1790, e co-regente dos domínios hereditários da Casa d’Áustria, houve
um grande incremento da Ordem Rosacruz e sua comunidade, atingindo até a Corte
e fazendo com que o imperador proibisse todas as sociedades secretas, abrindo
exceção apenas aos maçons, o que fez com que muitos Rosacruzes procurassem as
lojas maçónicas para ali poder continuar com os seus trabalhos.Ambas as Ordens são medievais, se for considerado o maior incremento da
Maçonaria de Ofício durante a Idade Média e o início de sua transformação em
“Maçonaria dos Aceitos”, também chamada, indevidamente, de
“Especulativa”. Se, todavia, considerarmos o início das corporações
operativas, em Roma, no século VI antes de Cristo, historicamente a Maçonaria é
mais antiga. Isso, é claro, levando em consideração apenas as evidências
históricas autênticas e não as lendas, que faz remontar a origem de ambas as
instituições ao Antigo Egito.
A Maçonaria é uma Ordem totalmente Templária, ou seja, os ensinamentos só
ocorrem dentro das lojas. Seus graus vão do 1 ao 3 nas “Lojas Base” e
do 4 ao 33 nas “Lojas de Graus Filosóficos”. Já a Antiga e Mística
Ordem Rosacruz dá ao estudante o livre arbítrio de estudar em casa ou num
templo Rosacruz. O estudo em casa é acompanhado à distância, e assim como na Maçonaria,
é composto de vários graus, que vão do neófito (iniciante) ao 12º grau,
conhecido como grau do Artesão.
O estudo no Templo, mesmo não sendo obrigatório, proporciona ao estudante, além
do contacto social como os demais integrantes, a possibilidade de participar de
experimentos místicos em grupo, e poder discutir com os presentes os
resultados, e por último, a reunião templária fortalece a Egrégora da Organização,
o que também ocorre na Maçonaria.
A maior evidência de uma ligação histórica entre a Ordem Rosacruz e a Maçonaria
é a existência do “Capítulo Rosa-Cruz” que é o 18º Grau do “Rito
Escocês Antigo e Aceito” da Franco-Maçonaria, representando simbolicamente
a 9ª Iniciação Menor no grau de “Cavaleiro Rosa-Cruz”, que tem como
símbolos principais o Pelicano, a Rosa e a Cruz.
AS INICIAÇÕES
Uma singularidade entre a AMORC e a Maçonaria, são as
iniciações nos seus respectivos graus, sendo que para ambas, a primeira é a
mais marcante. No caso da Maçonaria a iniciação é no grau de Aprendiz; na
AMORC, a admissão dá-se no Primeiro Grau de Templo. As iniciações têm o mesmo
objetivo: impressionar o iniciante, levá-lo à reflexão, para que ele decida
naquele momento se deve ou não seguir adiante, e se o fizer, assumir o
compromisso de manter velados todos os símbolos, usos e costumes da instituição
de que fará parte.
O SIMBOLISMO
Vários são os símbolos comuns às duas instituições, a começar pela disposição
dos mestres com cargos, lembrando os pontos cardeais, e a passagem do Sol pela
Terra, do Oriente ao Ocidente.
Cada ponto cardeal é ocupado por um membro. A figura do venerável mestre na
Maçonaria, ocupando sua posição no Oriente, encontra similar na Ordem Rosacruz,
na figura de um Mestre Instalado, que ocupa seu lugar no Leste. A linha
imaginária que vai do altar dos juramentos ao Painel do Grau, e a caminhada
somente no sentido horário, também é similar. Em ambos os casos o Templo é
pintado na cor azul celeste, e a entrada dos membros ocorre pelo Ocidente.
O altar dos juramentos encontra semelhança no Shekinah na ordem Rosacruz, sendo
que neste último não se usa a Bíblia ou outro livro, mas sim três velas
dispostas de forma triangular, que são acesas no início do ritual e apagadas ao
final deste, simbolizando a luz, a Vida e o Amor.
Outra semelhança é o uso de avental por todos os membros iniciados ao
adentrarem o Templo, enquanto que os oficiais, equivalente aos mestres com
cargo, usam paramentos especiais, cada qual simbolizando o cargo que ocupa no
ritual. O avental usado pelos membros não diferencia o grau de estudo. Algumas
das diferenças ficam por conta da condução do ritual, onde na Ordem Rosacruz
tem caráter místico-filosófico.
Os iniciantes na Ordem Rosacruz recebem seus estudos em um Templo separado,
anexo ao Templo Principal, enquanto que os aprendizes maçons recebem suas
instruções juntamente com os demais irmãos e, finalmente, o formato físico da
Loja Maçónica lembra as construções greco-romanas, enquanto que a Ordem
Rosacruz lembra as construções egípcias.