INTRODUÇÃO
Antes de tudo, é necessário traçar o perfil de dois pensadores, tratando superficialmente sobre o assunto: Max Weber e Karl Marx. O primeiro, que reconhecia a importância das ações individuais no contexto da Espiritualidade, formulou conceitos e modelos teóricos que ajudaram na compreensão de diversos aspectos das sociedades modernas nas áreas de política, ciência, economia e religião. O outro pensador, em epígrafe, admitia em sua teoria que “a experiência religiosa não é algo que realmente exista.”
No aspecto positivo da fé e da razão, sempre faz bem citar Albert Einstein, O pai da Teoria da Relatividade, que afirmou em muitas ocasiões acreditar na visão de Deus de acordo do o panteísmo. Trata-se de uma vertente definida pelo filósofo holandês Baruch Spinoza, na qual tudo e todos fazem parte da composição de Deus, refutando a possibilidade de um Deus individual. Seria isso, sem dúvida, o princípio da fé racional. Einstein se definiu como agnóstico, ou seja, ele reconhecia a possibilidade da existência de um Deus – por mais difícil que fosse descobrir se isso é verdade ou não. O cientista escolheu esse caminho em vez do ateísmo, porque acreditava ser um ato de humildade. Com a experiência que possuía, ele declarou em setembro de 1949: “Eu prefiro ter uma atitude de humildade em relação ao quão pouco entendemos sobre a natureza e nossos próprios seres.”
“Sou ateu, graças a Deus” é uma frase atribuída a Buñuel e tem as duas qualidades que Sócrates reivindicava para a filosofia: ironia e maiêutica. A primeira é evidente, faz rir; a segunda joga luz sobre uma ideia do pensamento védico e dos místicos cristãos Jacob Böhme e Dietrich Eckart.
DESENVOLVIMENTO
De maneira geral, Max Weber contrapõe constantemente capitalismo e tradicionalismo econômico, em particular em sua Historia Geral da Economia, em que mostra o papel da religião e das estruturas sociais, como as castas ou os clãs na manutenção das mesmas técnicas e práticas de trabalho. No entanto, ainda que a modernidade seja caracterizada por uma racionalização crescente, a tradição não desapareceu completamente. Em particular, a existência de uma necessidade, por exemplo o desejo de adquirir um bem, é determinada em grande medida pela tradição. Durkheim não distingue claramente a tradição das normas sociais na sua análise do contrato, mas não deixa de mostrar que os atores econômicos não podem buscar somente seus interesses, pois devem respeitar também certas regras costumeiras, dentre elas, os conceitos religiosos. A tese defendida por Weber e Durkheim está bem distante do conceito de Marx, relativamente à filosofia da crítica da religião, quando a base da sua argumentação é que “a religião funciona como um mecanismo de alienação.”
Pensamento de Marx – Não sabendo tudo, não conseguindo estar em todos os lugares e nem podendo tudo, criou um ser onisciente, onipresente e onipotente. Como decorrência desse pensamento, Marx trabalha com uma visão crítica em relação à religião, ainda que não seja específica dele, como sendo “o ópio do povo”, num primeiro momento, pois ela funcionaria como um anestésico de corações e mentes em relação à exploração do capital sobre o trabalho, da burguesia sobre o proletariado, o que geraria uma aceitação passiva, certa indiferença e, até mesmo, uma alienação em relação às suas condições históricas adversas, ou seja, a religião seria mais um dentre os outros importantes “aparelhos ideológicos do Estado”, segundo o marxista Althusser, como o é a escola, a família – aliás, considerada por Marx a “célula mater” do capitalismo –, os meios de comunicação de massa, os sindicatos, o direito (as leis), dentre outros.
Pensamento de Weber – Weber contribuiu para os estudos da área com a formulação de uma espécie de “sociologia da teologia”. Analisou profundamente o capitalismo e o protestantismo, e desenvolveu uma epistemologia da sociologia. As visões sociológicas predominantes, até então, provinham da obra do filósofo e sociólogo alemão Karl Marx e do sociólogo francês Émile Durkheim. A visão marxista sobre o capitalismo é extremamente crítica, mas Weber propôs uma análise otimista sobre a estrutura econômica desse sistema, com ênfase na fé protestante.
CONCLUSÃO
É preciso, sobremodo, que a atenção, na atualidade, seja voltada para o pensamento filosófico dos autores citados, traçando paralelos entre a filosofia pretendida por estes ícones da humanidade. As ideias por eles defendida, de certo modo, causaram impacto na vida de seus contemporâneos, cujos reflexos são sentidos ainda nos dias atuais. Karl Marx, com ideias ateístas, teria implantado regras práticas no conceito de Capital e Trabalho. Por outro lado, Max Weber, ofereceu valiosa contribuição em seu tempo, contrapondo-se aos ideais marxistas, e promovendo equilíbrio entre economia e religião.
Referências Bibliográficas
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CARDOSO, Mateus Ramos ; AMORIM, W. L. . A guerra dos deuses e a educação contemporânea. Leonardo Pós (Santa Catarina), v. 5, p. 121-126, 2011.
Gonçalves Filho, A.(1996). Obra é uma ponte entre visível e invisível. O Estado de S.Paulo, 14.9. Caderno D p.16
Weber, M. (1982), A ciência como vocação. Em H. H.Gerth & C. W. Mills (Orgs), Ensaios de sociologia (pp. 154-183). (W. Dutra, Trad). Rio de Janeiro: Zahar. (Original publicado em1946)