Pouco ou quase nada sabemos de sua infância. Não chegou a fazer estudos sistemáticos, mas sempre foi dedicado a leitura. Tinha um conhecimento profundo de latim, grego e do inglês, o que para alguns estudiosos comprova a teoria de que Shakespeare não seria o verdadeiro responsável por suas obras imortais (“onde teria adquirido tal conhecimento?” é a dúvida de alguns ). É evidenciado em sua obra um profundo conhecimento da Bíblia, Sêneca, Homero, Plutarco dos grandes renascentistas italianos e das crônicas históricas de Hohinshed. Como dito um pouco mais acima casou-se com Anna Hathaway, filha de agricultor abastado (tinha 18 anos na época), com quem teve três filhos. Em 1587, gastava sua economia em tavernas, estalagens e teatros. A situação começou a apertar, sendo obrigado a trabalhar como guardador de cavalos (ficou espantado? Achava que o cânone da dramaturgia por acaso não precisava comer?) .A vantagem do emprego era que ficava diante do teatro de James Burbage – o Globe Theater. Nesse período o relação de Shakespeare com o teatro era de ator e refundidor de textos (espécie de revisor).
Para fins didáticos costuma-se rotular as peças de Shakespeare por períodos (particularmente não gosto).
O primeiro se inicia em data imprecisa, no fim da última década do século, até 1600. A Trilogia Henrique VI (escrita em 1591) foi seu incursão no drama histórico. Vieram em seguida Ricardo III, A Megera Domada, Tito Andrônico, A comédia de Erros, Ricardo II, Sonhos de Uma Noite de Verão, Romeu e Julieta, Vida e Morte do Rei João, O Mercador de Veneza, Henrique V, Henrique VI, Júlio César, Como Gostais, Muito Barulho por Nada, A noite dos Reis. Foi seu ápice. Prestígio na corte, popularidade e dinheiro não lhe faltaram. Em 1593/94 os teatros foram fechados por causa da peste, Shakespeare dedicou duas obras líricas – Vênus e Adônis e A Violação de Lucrécia – a seu amigo e protetor, o conde de Southampton, que sempre dispensou auxílio financeiro. Nessa época, a Inglaterra vivia o apogeu dos Sonetos – e como não poderia deixar de ser Shakespeare publicou sua coletânea de Sonetos, que figuram entre os mais belos da língua inglesa (e também uns dos mais complexos para análise).Com o advento do novo século nos encontramos na Segunda fase. O pensamento do poeta revela profunda modificação. É a fase do pessimismo.Atribui-se a desgostos particulares, morte do pai (1601), desilusões nos amores – que se reflete nos Sonetos – e os próprios acontecimentos políticos que culminam com a execução de Essex e a prisão do protetor do poeta, o Conde de Southampton. As obras primas se sucedem essa é a fase das grandes tragédias, Otelo, Rei Liar, Macbeth e Trólio e Créssida. Por fim temos o último período que vai de 1608 até a sua morte em 1616, em Stratford-on-Avon, para onde retornara em 1613 após encerrar sua carreira teatral. É avaliada em 300 libras sua renda nos últimos anos de vida (como consegui saber até quanto ele ganhava? Está nos livros ora bolas 🙂 É a fase dos romances: Péricles, Cimbelino, Contos de Inverno e por último, A Tempestade, que é considerada o testamento poético do autor.Próspero, o sábio duque banido que se desfez de seu livro e de sua varinha mágica, jogando-os no abismo, antes de voltar as atividades mundanas, no ducado de Milão é a metáfora perfeita de Shakespeare. Como todo mito, teorias estapafúrdias são mais comuns do que podemos supor (aliás alguns acham que não existe metáfora alguma em Próspero, por exemplo). Uma delas diz que a possível causa mortis tenha sido uma febre (culpa de uma noite de bebedeira) em companhia de Drayton e Bem Jonson. Outro dizem que era homossexual ou que sequer existiu.Não se sabe o motivo que fez Shakespeare abandonar sua carreira literária. Enquanto digito essa biografia me veio a mente um frase de Goethe:
“A primeira vez que li Shakespeare, me fez cativo por toda vida”