Abraão foi um patriarca, que viveu por volta de 1800 a.C. Recebeu de Javé a missão de chefiar os povos hebreus, ou israelitas, ou judeus, migrando para Canaã, Terra dos cananeus, depois chamada de Palestina, onde hoje se localiza o Estado de Israel, além de outros países vizinhos. Abraão é originário da cidade de Ur, dos Caldeus, no sul da Mesopotâmia. Era filho de Terá, descendente de Sem, filho de Noé.
Reza o Antigo Testamento, no capítulo 12 do livro de Gênesis, que Abraão, por volta de seus 75 anos de idade, recebeu um chamado de Deus para partir rumo aos recantos de Canaã, que era denominação antiga da região correspondente à área do atual Estado de Israel. Lá, Abraão formaria sua prole que daria origem a uma grande nação. Obediente à voz divina, Abraão dirigiu-se a Canaã. Levou consigo sua mulher, seu sobrinho Ló, filho de Arã, os outros parentes e todos os bens que possuía. Após alguns anos como migrante, estabeleceu-se em um pedaço de terra em Harã, no norte da Mesopotâmia, onde viviam algumas tribos como os cananeus, amorreus e heteus. Chegando à Canaã, o local indicado por Javé, atravessou a terra até o lugar santo de Siquém, no Carvalho de Moré, habitado pelos cananeus, e construiu ali um altar em homenagem a Javé.
Houve uma época em que a fome atingiu Canaã e Abraão se dirigiu para o Egito, onde fez fortuna e depois voltou para Canaã e separou-se de Ló, que foi para o Leste e entrou com sua família no vale do Jordão, para fixar-se em Sodoma. Abraão era casado com Sara e ainda não havia conseguido gerar um ‘descendente’ sequer. Orientado por Sara, decidiu então, se deitar com a serva egípcia Agar. Dessa relação nasceu o menino ‘Ismael, que deu origem ao povo árabe.
Deus diz a Abraão que a promessa sobre sua posteridade feita anteriormente deveria ser cumprida, e vir da barriga de Sara, seria gerado o primeiro filho. Pelos textos sagrado, a velhice de ambos não impediu que o filho Isaque viesse ao mundo no ano seguinte. Tempos depois do nascimento, Sara pediu para Abraão que expulsasse Agar e Ismael de seus domínios, para que Ismael não fosse herdeiro juntamente com Isaque, o filho da promessa. Aborrecido com a iminente separação, Abraão recebeu outro recado de Deus, que embora as promessas fossem se cumprir através de Isaque, seu primogênito também seria abençoado.
Javé leva Abraão à grande prova, mandando que leve seu filho Isaque, a uma montanha na Terra de Moriá, oferecendo-o ao sacrifício, em demonstração de sua fidelidade. Quando estava prestes a matá-lo, o anjo de Deus disse “Não estenda a mão contra o menino, não lhe faça nenhum mal, pois agora sei que você teme a Deus”. Abraão, então, pegou um ‘cordeiro’ e ofereceu em sacrifício.
Isaque seguiu ao lado do pai, porém não foi uma figura de grande destaque na tradição, mas gerou Esaú e Jacó. O último, depois de conflitos com seu irmão, precisou fugir para não ser morto. Jacó teve doze ‘herdeiros’ e cada um construiu a sua tribo, dando origem ao que viria ser a nação do povo hebreu. Quando a região de Canaã enfrentou um grande período de seca e fome, os ‘herdeiros’ do patriarca transferiram-se para o Egito. Lá, foram transformados em escravos por um período de 400 anos. Deus, então, escolhe Moisés para ‘libertar’ os hebreus da opressão e servidão.
Noutros momentos, o povo hebreu esteve ‘subjugado’ a outras civilizações mais poderosas como os assírios, babilônicos e também romanos. Ao longo da história, entre a vinda de Jesus, ‘o surgimento’ do Islã e outros acontecimentos, Israel permanece numa região cercada de polêmicas e constantes guerras.
Uma aliança foi ‘estabelecida’ entre Abraão e o Deus hebreu. Para ‘entender’ a constituição desse povo, como a realização de um pacto, é necessário estudar as leis judaicas no Pentateuco da Bíblia, sabendo que os homens dedicariam a vida a um Deus monoteísta, abandonando a ‘idolatria’ a diversos deuses, praticada pelos antepassados de Abraão.
Existem 74 referências a Abraão nos livros do Novo Testamento, ficando apenas atrás de Moisés que possuí 79. No Novo Testamento, Deus é chamado de “o Deus de Abraão” (Mateus 22:32; Atos 7:32). Na genealogia de Jesus no Evangelho de Mateus 1.1 ele aparece como antecessor do Messias e, além de pai dos israelitas segundo a carne, também é o pai espiritual de todos aqueles que compartilham a fé em Jesus, o Cristo. (Mateus 3.9; João 8.33; Atos 13.26; Romanos 4.11; Gálatas 3.29).
Ao morrer Sara, Abraão tomou outra mulher chamada Cetura, que gerou outros filhos. Abraão viveu cento e setenta e cinco anos. Quando morreu foi enterrado na gruta de ‘Macpela’, ao lado de Sara, no campo de Efron, pelos filhos Ismael e Isaque. O Túmulo dos Patriarcas é considerado como o centro espiritual da antiga cidade de Hebrom, que se situa no sudoeste da Cisjordânia, no coração da antiga Judeia.