É meia noite, vem chegando a madrugada;
o tempo passa, logo surgirá um novo dia.
A cidade dorme, o silêncio traz nostalgia:
já é meia noite, não há ninguém na calçada.
Já é meia noite, o velho relógio dispara…
dorme quem tem sono, dormir eu não quero;
não tenho sono, sem dormir me desespero,
contando as estrelas e no céu a lua clara.
Já é meia noite, minha voz ecoa estranha,
em densa escuridão, que tanto me apavora.
na rua, nenhuma viv´alma na triste hora,
é meia noite, apenas a solidão me acompanha.
Já é meia noite, vagueia o meu pensamento,
enquanto escuto vozes chamando meu nome;
atordoado, a ânsia bate e quase me consome:
é meia noite e não cessa o meu sofrimento.
Já é meia noite, a tristeza em mim permanece
arraigada, vozes na cidade já não ouço mais…
a saudade machuca, enquanto o dia amanhece;
é meia noite… adormeço entre suspiros e ais.
18.07.2009 – Jairo de Lima Alves