As Águas Sagradas do Rio Jordão
mundo acreditam no poder regenerador da água, que simboliza a limpeza e a
purificação. Quem sabe, e com razão até, muitos rios e mares são considerados
sagrados, eis que os seus ribeirinhos recebem deles o influxo positivo para
receberem a cura dos corpos quando mais necessitam.
Assim acontece, por exemplo,
com as águas do rio Ganges na Índia, um dos vinte maiores do mundo, onde
verdadeiros milagres são operados através da fé dos hindus. Partindo desse
princípio, há que se destacar o poder místico do lendário rio Jordão, um rio de
grande importância espiritual e que está localizado na Terra Santa, na
fronteira entre Israel e Jordânia. Nasce na encosta do monte Hérmon,
atravessa os Lago Hulé e segue depois até ao Mar da
Galileia, para desaguar no Mar Morto.
A nascente situa-se na Jordânia e, a jusante, a Samaria. O rio tem profundidade média de 1 a 3 metros e
largura de 30 metros. Na maior parte de seu curso o rio se encontra abaixo do nível do mar,
chegando a 390 metros abaixo deste nível.
O povo de Israel atravessou o rio a seco, de acordo com a Bíblia
Hebraica. Também foi atravessado a seco por Elias
e Eliseu.
Por intermédio de Eliseu, segundo a Bíblia Hebraica, houve dois milagres no
Jordão: a cura de Naamã por ter mergulhado sete vezes no rio; e fez flutuar um
machado. Foi também ali que João Batista desenvolveu a sua pregação,
onde Jesus
foi batizado
e não terá sido longe dali que decorreu o período das tentações
do Mestre Maior.
Embora seja um rio relativamente pequeno em relação a tantos outros grandiosos,
o rio Jordão tem um significado espiritual muito grande para todos os judeus e
cristãos, desde a antiguidade. Os eventos transcorridos em suas margens e no
seu próprio leito fazem dele um rio sagrado em todos os sentidos. É encantador
o misticismo do rio Jordão e tudo se justifica quando a imaginação humana
passeia na história e pode contemplar pela fé o Filho de Deus saindo de suas
águas, após ter sido batizado pelo precursor João Batista. Não foi por acaso
que aquele lugar serviu para tão sublimes declarações e o incremento da fé em
muitos corações desejosos naqueles dias.
Ainda hoje, em incontáveis romarias e caravanas que chegam à Terra Santa, a
visita ao rio Jordão torna-se obrigatória, quando os peregrinos de terras
longínquas relembram o episódio do batismo de Jesus, tendo o Profeta do Deserto
ministrando com dignidade o ato de fé no mesmo rio que foi palco de notáveis
acontecimentos históricos para o povo de Israel.
Milhares se emocionam quando chegam às margens do Sagrado Rio, e não são
poucos os que querem tocar as suas águas e até mesmo serem também batizados
nele, seguindo os passos do Mestre Jesus. São manifestações de fé e de
confiança, que podem levar algumas pessoas e instituições religiosas a alguns
exageros, com o fim de explorações comerciais. Se a atitude mística de se fazer
batizar no rio ou de coletar água de seu leito for pessoal, o fato pode ser
facilmente compreendido. Quando isso é feito por organizações religiosas com o
objetivo de ganhar dinheiro, a atitude pode ser reprovada.
Vale ressaltar, no entanto, que pelas recordações do passado e pelos fatos
presenciados no momento, o rio Jordão se transforma num emblema para todos os
que têm o privilégio de conhecê-lo e tocar em suas águas milagrosas.