Terapia de Vidas Passadas
de Vidas Passadas realmente é tão boa como outras técnicas catárticas ou ela,
em verdade, não passa de mais um modismo?
técnica catártica eficaz traz o selo da cura, já que o indivíduo remonta às
causas profundas que geram seus transtornos de personalidade e, assim,
remove-as ou trata-as. A Terapia Regressiva a Vivências Passadas (*1) é uma
dessas técnicas eficazes, quando bem feita.
É a
melhor, Eugênia?
existe terapia melhor. Existem metodologias mais aplicáveis a esse ou aquele
caso, a esse ou aquele contexto, a essa ou aquela interação paciente-terapeuta,
a esse ou aquele indivíduo. Portanto, não podemos, de antemão, apontar uma
técnica como a melhor a resolver todos os problemas existenciais do ser humano.
Alguém
pode melhorar apenas com um bom aconselhamento?
pessoas que revolucionam suas vidas ou descobrem o propósito de estar na Terra,
apenas ao ouvir uma frase, assistir a um filme, ver uma criança carente na via
pública. Há outros indivíduos que levam anos em consultórios psicanalíticos e
não passam dos primeiros passos do processo de elaboração de suas questões.
Portanto, cada caso é um caso.
Tem algo
a dizer sobre o assunto?
pessoas deveriam valorizar mais as fontes de aconselhamento e de apoio, sejam
profissionais ou fraternas. Deus socorre a criatura por meio da própria
criatura. Há muita gente esperando que o próprio Criador, em Pessoa, venha lhes
aconselhar sobre o melhor a fazer. Não percebem como entronizam o orgulho em
suas almas, perdendo contato com a realidade e, com isso, bloqueando os canais
por onde a Divina Providência adentraria suas vidas, para auxiliá-las. Em vez
de pretendermos buscar falar diretamente com Seres indiscutivelmente
superiores, porque não nos ouvir uns aos outros. Às vezes, no consultório de um
psicólogo, na voz de um sacerdote, no conselho de um amigo ou um familiar muito
querido e de confiança, recebemos a resposta de Deus para nossos dramas. Todas
as criaturas deveriam estabelecer uma disciplina de busca sistemática de
aconselhamento e/ou suporte psicoterápico, obviamente conforme resultados e
afinidades considerados. Ao menos uma vez na semana, todas as pessoas deveriam
ter alguém com quem desabafar e falar, sem reservas, sobre suas problemáticas
mais íntimas, perturbadoras e pessoais.
Tenho
dito nos programas de TV que são dois os caminhos, duas as disciplinas, dois os
hábitos fundamentais para nos mantermos conectados a Deus: a prece
(individual), a freqüência ao culto coletivo de busca de Deus (coletivo).
Deveríamos incluir esse outro elemento?
deveríamos. Alguém deve ser constituído, por cada indivíduo, o guardião de sua
probidade interior, em nome da própria consciência e em nome dos guias
espirituais desencarnados. Obviamente, que a pessoa deverá checar sempre, com o
filtro de sua intuição e de seu bom senso, aquilo que lhe é sugerido, as
avaliações que são feitas de seu comportamento e de suas escolhas. Esse
guardião eleito, não se pode esquecer, é um representante das vozes profundas
da alma do aconselhado, e, portanto, se não estiver em profundo acordo com ela,
deve ser ignorado, ao menos naquele aspecto de desalinhamento entre a
consciência de um e o juízo de valor do outro. Mas, apesar de se considerar a
falibilidade humana e, portanto, não se poder instituir autoridade absoluta a
ninguém, em termos de gerência de nossas vidas, é indiscutivelmente necessário
que se tenha alguém como mentor existencial ou guia espiritual. Quem não for
médium ostensivo e não possa dialogar diretamente com seus orientadores
desencarnados, deve ter alguém, no plano físico, que veja como representante do
Plano Maior, e, assim, converse com essa pessoa, periodicamente, nesse estado
de espírito, sabendo que os próprios protetores espirituais farão uso do médium
esclarecedor (que foi instituído no mentor encarnado), para apresentar tópicos
importantes para seu progresso geral.
Obviamente
que podemos mudar de guia ou mentor, nessas circunstâncias, quando não nos
sentirmos bem…
obviamente. Mas o indivíduo deve se precatar da tendência de procurar
“orientadores” que só digam coisas agradáveis e que, portanto, correspondam
apenas aos apelos de seu ego, não estando alinhados, assim, com a voz de sua
consciência e, por consequência, do anjo de guarda e demais Potestades
representantes de Deus. Assim, esse mentor encarnado tem direito e até o dever
de contrariar, aqui ou ali, sempre que necessário, os desejos, os impulsos, as
impressões momentâneas do ego do orientado. É comum, no processo de
transferência psicológica, projetarem-se não apenas os apegos infantis em
mentores encarnados, mas também as rebeldias pueris da criança caprichosa
interior, que almeja, amiúde, evadir-se do esforço de aprendizado e
crescimento, assim como o pequerrucho que faz birra para não ir à escola. O
problema é que, sendo alguém adulto e gozando de toda liberdade que lhe é
prerrogativa inalienável, naturalmente se pode ficar pervagando de consultório em
consultório, de guru em guru, sem dar ouvidos ao mais importante para si, até,
quem sabe, lamentavelmente, parar nas mãos de quem menos seja abalizado para
orientar, por apenas afagar as neuroses e caprichos que deveriam ser debelados,
tratados e transmutados e não alimentados.
Eugênia,
faria mais uma pergunta. Há quem diga que não precisa de orientação de ninguém.
Que sua razão e sua consciência são o bastante. E muito se orgulham disso, como
um atestado de maturidade ou inteligência. Que diria sobre isso?
pessoa está na perfeita sintonia das trevas. Somente no plano inferior (*2),
alguém pode agir sem dar satisfações a ninguém. No plano superior, quanto mais
alguém amadurece, mais deve dar contas do que faz e mais se sente propelido a
buscar o auxílio salutar da orientação nobre, embora, paradoxalmente, a
liberdade também aumente. A questão é que, quanto mais evoluída é uma
consciência, mais ela busca ouvir o que outras, ainda mais evoluídas, lhe têm a
dizer, a fim de que erre menos, acerte mais e progrida mais rapidamente. Nas
esferas superiores de consciência, há uma profunda teia de disciplina e
comunicação e ninguém toma decisões graves, sem que haja concordância coletiva
a respeito. Isso, que pode soar estranho para caracteres mais arrogantes, vê-se
facilmente como verdadeiro, ao se notar que até os ambientes de trabalho mais
avançados, no plano físico, estão aplicando esse sistema de poder,
parcialmente, ao instituírem a “gestão participativa”. A ideia de uma
autoridade, no comando, que determina, autocrática e solitariamente, a condução
de rumos de um empreendimento, é hoje vista como uma filosofia organizacional
ultrapassada, que favorece muito mais erros e menos acertos. O mesmo se pode
aplicar à própria vida, como um todo. É fundamental que se tenha a partilha
profunda de significados e conteúdos da alma, que, dada a complexidade e
profundidade da iniciativa, não pode ser feita com mais de uma pessoa,
normalmente, inclusive para não se criar uma cacofonia psíquica, com vozes
dissonantes criando mais conflitos, em vez de dissolvê-los, na alma do
orientando. Se já é difícil sintonizar uma pessoa com a voz da própria
consciência e criar ajustes de “tradução”, que se dirá de mais de um? Eis
porque disse Jesus, que um servo não pode servir a dois senhores ao mesmo
tempo. É isso que sugerimos seja feito. Quem não quer autorizar alguém como seu
guru, orientador ou guia, ainda que seja um desencarnado (se a pessoa tiver
suficiente maturidade psicológica e desenvolvimento mediúnico para se deixar
ouvir o que for duro e desagradável para si também), está, em verdade,
julgando-se o centro e o ápice do mundo, e, ao dizer que só dá satisfações a
Deus, está, em verdade, afirmando que só dá contas a si. Pois, como disse
também o Mestre Jesus, se não se ama ao irmão, que se vê, como se amará a Deus,
que não se vê?
(Benjamin Teixeira/Eugênia)