A
Cadeira Vazia
uma singela igreja, frequentada por moradores da região num distante bairro de
uma cidade grande. Os anos se passavam e o pequeno grupo se mantinha
constante nas reuniões, ocupando sempre os mesmos lugares. Foi por isso
mesmo muito fácil ao pastor descobrir certo dia, uma cadeira vazia. Estranhou,
mas logo esqueceu. Na semana seguinte, a mesma cadeira vazia lá estava e
ninguém soube informar o que estava acontecendo. Na terceira ausência, o pastor
resolveu visitar o faltoso.
No dia frio, foi encontrá-lo sentado, muito confortável, ao lado da lareira de
sua casa, a ler. Você está doente, meu filho? Perguntou. A resposta foi
negativa. Ele estava bem. Talvez estivesse atravessando algum problema,
ousou falar o pastor, preocupado. Mas estava tudo em ordem. E o homem foi
explicando que simplesmente deixara de comparecer. Afinal, ele frequentava o culto
há mais de vinte anos. Sentava na mesma cadeira, pronunciava as mesmas
orações, cantava os mesmos hinos, ouvia os mesmos sermões. Não precisava mais
comparecer. Ele já sabia tudo de cor.
O pastor refletiu por alguns momentos. Depois, se dirigiu até à lareira, atiçou
o fogo e de lá retirou uma brasa. Ante o olhar surpreso do dono da casa,
colocou a brasa sobre a soleira de mármore, na janela. Longe do braseiro,
ela perdeu o brilho e se apagou. Logo, era somente um carvão coberto de cinza. Então
o homem entendeu. Levantou-se de sua cadeira, caminhou até o pastor e falou:
tudo bem, pastor, entendi a mensagem. E voltou para a igreja.
Todos nós somos brasas no braseiro da fé. Se mantemos regular frequência ao
templo religioso, estudando e trabalhando, nos conservamos acesos e
quentes. Mas, exatamente como fazem as brasas, é preciso estender o calor.
Assim, acostumemos a não somente orar, pedir e esperar graças. Iluminados pelo
evangelho de Jesus, nos disponhamos a agir em favor dos nossos irmãos. Como
as brasas unidas se transformam em um imenso fogaréu, clareando a escuridão e
aquecendo as noites frias, unidos aos nossos irmãos de ideal, poderemos
estabelecer o calor da esperança em muitas vidas.
Abrasados pelo amor a Jesus, poderemos transformar horas monótonas em trabalho
no bem. A simples presença passiva na assembleia da nossa fé em um dinâmico
trabalho de promoção social, beneficiando a comunidade. Pensemos nisso e
coloquemos mãos à obra. Pensamento Clarificados pela mensagem do cristo,
espalhemos calor nas planícies geladas da indiferença, da solidariedade e da
necessidade. Procuremos a dor onde ela se esconda e a envolvamos nos panos
quentes da nossa dedicação. Estendamos o brilho da esperança nas vidas
amarfanhadas dos que nunca conseguiram crer em algo que estivesse além do alcance
dos seus sentidos físicos. Tornemo-nos brasas vivas, fazendo luz onde
estejamos, atuando e servindo em nome de Jesus.