SOBRE O DÍZIMO
Paulo recebeu muitas vezes ajuda da Igreja, mas era para se manter, e não era salário mensal como se estivesse numa empresa. Paulo foi construtor de tendas, ele trabalhava (Atos 18:3), e em nada pesava os irmãos e a Igreja. Se Paulo disse: “sede meus imitadores como eu sou de Cristo”, será que nesta parte, os pastores que exigem dízimos imitam a Paulo? Vemos Jesus ou Paulo recolhendo ou ensinando sobre dízimos? Em 2ª Coríntios 9:9, Paulo cita o salmo 112:9, onde fala da generosidade com os mais pobres: “Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre”. Precisamos entender o que a Bíblia diz, o que era para aquele tempo e o que vale para os dias atuais. Dízimo não é doutrina para o tempo da Graça; é do tempo da Lei, na antiga Aliança.
O dízimo é para os nossos dias?
A questão do dízimo gera dificuldade e resistência em muitos cristãos. Em muitas igrejas, o dízimo recebe excessiva ênfase. Ao mesmo tempo, muitos cristãos não se submetem à exortação bíblica em ofertar ao Senhor. O dízimo e as ofertas deveriam ser uma alegria, uma bênção. Mas raramente é o que acontece nas igrejas infelizmente.
Dar o dízimo é um conceito do Velho Testamento. O dízimo era exigido pela lei na qual todos os israelitas deveriam dar ao Tabernáculo/Templo 10% de todo o fruto de seu trabalho e de tudo o que criassem (Levítico 27:30; Números 18:26; Deuteronômio 14:22; II Crônicas 31:5; Malaquias 3:8-10). Alguns entendem o dízimo no Velho Testamento como um método de taxação destinado a prover pelas necessidades dos sacerdotes e Levitas do sistema sacrificial. O Novo Testamento, em nenhum lugar ordena, e nem mesmo recomenda que os cristãos se submetam a um sistema legalista de dizimar. Paulo afirma que os crentes devem separar uma parte de seus ganhos para sustentar a igreja (I Coríntios 16:1-2).
O Novo Testamento, em lugar algum, determina certa porcentagem de ganhos que deva ser separada, mas apenas diz “conforme a sua prosperidade” (I Coríntios 16:2). A igreja cristã basicamente tomou esta proporção (10%) do dízimo do Velho Testamento e a incorporou como um “mínimo recomendado” para o ofertar. Entretanto, os cristãos não deveriam se sentir obrigados a se prender sempre à quantia de 10%. Deveriam, sim, dar de acordo com suas possibilidades, “conforme sua prosperidade”. Às vezes, isto significa dar mais do que 10%, às vezes, dar menos que 10%. Tudo depende das possibilidades do cristão e das necessidades da igreja. Cada cristão deve cuidadosamente orar e buscar a sabedoria vinda de Deus, no tocante à sua participação com o dízimo e/ou a quanto deve dar (Tiago 1:5). “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade, porque Deus ama ao que dá com alegria” .(II Coríntios 9:7).