Estranho ou desnecessário
Existem algumas frases repetidas no
nosso dia a dia que são de difícil compreensão, ou têm sentido literal diverso
do que se pretende dizer.
nosso dia a dia que são de difícil compreensão, ou têm sentido literal diverso
do que se pretende dizer.
São constantes as notícias de prisão de quadrilhas que já estavam sendo
investigadas há anos. Não se sabe em que consistem as investigações para se
afirmar que era aquela quadrilha quem praticava determinados crimes e por que
não eram evitados.
investigadas há anos. Não se sabe em que consistem as investigações para se
afirmar que era aquela quadrilha quem praticava determinados crimes e por que
não eram evitados.
Na mesma área também é comum se assegurar um reforço de segurança em
determinados bairros, trechos de estrada, já que a polícia “já vinha mapeando”
a violência. Deveria ser mais bem explicado como seria realizado o “mapeamento”
da violência, pois se torna difícil a compreensão de deixarem os crimes
acontecerem durante a realização do mapeamento.
determinados bairros, trechos de estrada, já que a polícia “já vinha mapeando”
a violência. Deveria ser mais bem explicado como seria realizado o “mapeamento”
da violência, pois se torna difícil a compreensão de deixarem os crimes
acontecerem durante a realização do mapeamento.
Na praxe forense ou nas rotinas judiciais é comum despacho de
autoridades, determinando subordinados a realizarem as providências “cabíveis”.
Até nos outros Poderes é comum se ouvir que determinados superiores mandaram
subordinados tomarem as “devidas” providências.
autoridades, determinando subordinados a realizarem as providências “cabíveis”.
Até nos outros Poderes é comum se ouvir que determinados superiores mandaram
subordinados tomarem as “devidas” providências.
É inimaginável a possibilidade de uma ordem no sentido contrário, para
eventuais providências incabíveis ou indevidas. Se houvesse, feriria princípio
da boa-fé inerente aos servidores públicos.
eventuais providências incabíveis ou indevidas. Se houvesse, feriria princípio
da boa-fé inerente aos servidores públicos.
Já a prefeitura de São Paulo costuma colocar placas com alerta de que
determinados locais são de “risco de enchente”. Ora, aí parece assunção
inequívoca de responsabilidade pelo descumprimento de dever, já que a
existência desses avisos pressupõe conhecimento das suas causas. Então,
antes de se colocar aviso, deveriam explicar por que não são resolvidos os
problemas causadores das enchentes em vez de alertas ineficazes.
determinados locais são de “risco de enchente”. Ora, aí parece assunção
inequívoca de responsabilidade pelo descumprimento de dever, já que a
existência desses avisos pressupõe conhecimento das suas causas. Então,
antes de se colocar aviso, deveriam explicar por que não são resolvidos os
problemas causadores das enchentes em vez de alertas ineficazes.
Esse procedimento e outros similares têm por objetivo eximir a
responsabilização de autoridades por eventuais danos. Essa seria uma providência
incabível, já que os deveres dos agentes públicos são inerentes ou vinculados
às suas atividades e não seria uma placa suficiente para isentá-los de
responder pelos seus atos.
responsabilização de autoridades por eventuais danos. Essa seria uma providência
incabível, já que os deveres dos agentes públicos são inerentes ou vinculados
às suas atividades e não seria uma placa suficiente para isentá-los de
responder pelos seus atos.
Ainda nos meandros da Justiça, em autos de processo é comum constatar
páginas carimbadas com o termo “em branco”. Depois de carimbada, era uma vez
uma página “em branco”.
páginas carimbadas com o termo “em branco”. Depois de carimbada, era uma vez
uma página “em branco”.
Como não existe área da administração pública fora dessas
idiossincrasias, nos transportes, causa estranheza, no mínimo, as faixas e
cartazes pelas cidades com telefones para solucionar problemas de quem tem
carteira de habilitação suspensa ou muitos pontos acumulados. No varejo, gera
certa curiosidade em saber como esses problemas são resolvidos.
idiossincrasias, nos transportes, causa estranheza, no mínimo, as faixas e
cartazes pelas cidades com telefones para solucionar problemas de quem tem
carteira de habilitação suspensa ou muitos pontos acumulados. No varejo, gera
certa curiosidade em saber como esses problemas são resolvidos.
Como está na onda, com a redução da maioridade penal, a mídia escreve, e
especialistas falam sobre a possibilidade de os menores serem “punidos como
adultos”. Dois aparentes equívocos. Com a mudança da idade para adquirir a
maioridade, quem cometer crime já será um maior de idade. E se vier a ser
processado não é porque agiu e será punido como adulto, mas por ter praticado e
ser penalizado como autor de um delito.
especialistas falam sobre a possibilidade de os menores serem “punidos como
adultos”. Dois aparentes equívocos. Com a mudança da idade para adquirir a
maioridade, quem cometer crime já será um maior de idade. E se vier a ser
processado não é porque agiu e será punido como adulto, mas por ter praticado e
ser penalizado como autor de um delito.
Com relação aos questionamentos policiais, parece se assemelhar com
alguém que prefere tirar uma foto ou filmar alguém se afogando, em vez de
socorrê-lo. Os demais podem trazer prejuízos na cultura já tão cambaleante da
nossa sociedade ou assimilar de forma incorreta determinados conceitos ou
realizar serviços sem nenhuma utilidade.
alguém que prefere tirar uma foto ou filmar alguém se afogando, em vez de
socorrê-lo. Os demais podem trazer prejuízos na cultura já tão cambaleante da
nossa sociedade ou assimilar de forma incorreta determinados conceitos ou
realizar serviços sem nenhuma utilidade.
Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP