O inferno é uma doutrina
bíblica. Mas que espécie de inferno? Um lugar onde os pecadores impenitentes
queimam para sempre e conscientemente sofrem dor num fogo eterno que nunca
termina? Ou um julgamento penal pelo qual Deus aniquila pecadores e pecado para
sempre?
bíblica. Mas que espécie de inferno? Um lugar onde os pecadores impenitentes
queimam para sempre e conscientemente sofrem dor num fogo eterno que nunca
termina? Ou um julgamento penal pelo qual Deus aniquila pecadores e pecado para
sempre?
Tradicionalmente,
através dos séculos, as igrejas têm ensinado e pregadores têm proclamado o
inferno como tormento eterno. Mas em tempos recentes, raramente ouvimos os
sermões de “fogo e enxofre”, mesmo de pregadores fundamentalistas,
que podem ainda estar comprometidos com tal crença. Sua hesitação em pregar
sobre tormento eterno provavelmente não é devida a uma falta de integridade em
proclamar uma verdade impopular, mas a sua aversão de pregar uma doutrina na
qual dificilmente creem. Afinal, como é possível que o Deus, que tanto amou o
mundo que enviou Seu Filho unigênito para salvar pecadores, pode também ser um
Deus que tortura as pessoas (mesmo o pior dos pecadores) para sempre,
indefinidamente? Como pode Deus ser um Deus de amor e justiça e ao mesmo tempo
atormentar os pecadores para sempre no fogo do inferno?
através dos séculos, as igrejas têm ensinado e pregadores têm proclamado o
inferno como tormento eterno. Mas em tempos recentes, raramente ouvimos os
sermões de “fogo e enxofre”, mesmo de pregadores fundamentalistas,
que podem ainda estar comprometidos com tal crença. Sua hesitação em pregar
sobre tormento eterno provavelmente não é devida a uma falta de integridade em
proclamar uma verdade impopular, mas a sua aversão de pregar uma doutrina na
qual dificilmente creem. Afinal, como é possível que o Deus, que tanto amou o
mundo que enviou Seu Filho unigênito para salvar pecadores, pode também ser um
Deus que tortura as pessoas (mesmo o pior dos pecadores) para sempre,
indefinidamente? Como pode Deus ser um Deus de amor e justiça e ao mesmo tempo
atormentar os pecadores para sempre no fogo do inferno?
Este paradoxo inaceitável tem levado estudiosos de todas as
persuasões a re-examinar o ensino bíblico quanto ao inferno e o castigo final.1
persuasões a re-examinar o ensino bíblico quanto ao inferno e o castigo final.1
A
questão fundamental é: O fogo do inferno tormenta
os perdidos eternamente ou os consome permanentemente? As respostas a esta
questão variam. Duas interpretações recentes visando tornar o inferno mais
humano merecem uma breve menção.
questão fundamental é: O fogo do inferno tormenta
os perdidos eternamente ou os consome permanentemente? As respostas a esta
questão variam. Duas interpretações recentes visando tornar o inferno mais
humano merecem uma breve menção.
Opiniões alternativas sobre o inferno
Opinião metafórica do inferno. A interpretação metafórica mantém que o inferno é tormento
eterno, mas o sofrimento é mais mental do que físico. O fogo não é literal mas
figurativo, e a dor é causada mais por um senso de separação de Deus, do que
tormentos físicos. 2
eterno, mas o sofrimento é mais mental do que físico. O fogo não é literal mas
figurativo, e a dor é causada mais por um senso de separação de Deus, do que
tormentos físicos. 2
Billy
Graham expressa esta opinião metafórica quando afirma: “Tenho-me
perguntado muitas vezes se o inferno não é um fogo queimando dentro de nossos
corações por Deus, para comunhão com Deus, um fogo que nunca podemos apagar”.3
A interpretação de Graham é engenhosa. Infelizmente ela ignora o fato que a
descrição bíblica do “queimar”refere não a um queimar
dentro do coração, mas a um lugar onde os ímpios são consumidos.
Graham expressa esta opinião metafórica quando afirma: “Tenho-me
perguntado muitas vezes se o inferno não é um fogo queimando dentro de nossos
corações por Deus, para comunhão com Deus, um fogo que nunca podemos apagar”.3
A interpretação de Graham é engenhosa. Infelizmente ela ignora o fato que a
descrição bíblica do “queimar”refere não a um queimar
dentro do coração, mas a um lugar onde os ímpios são consumidos.
William
Crockett também favorece a opiniáo metafórica: “O
inferno, então, não devia ser imaginado como um inferno vomitando fogo como a
fornalha ardente de Nabucodonosor. O máximo que podemos dizer é que os rebeldes
serão expulsos da presença de Deus, sem nenhuma esperança de restauração. Como
Adão e Eva serão expulsos, mas desta vez para uma ‘noite eterna’, onde alegria
e experança estão para sempre perdidas”.4
Crockett também favorece a opiniáo metafórica: “O
inferno, então, não devia ser imaginado como um inferno vomitando fogo como a
fornalha ardente de Nabucodonosor. O máximo que podemos dizer é que os rebeldes
serão expulsos da presença de Deus, sem nenhuma esperança de restauração. Como
Adão e Eva serão expulsos, mas desta vez para uma ‘noite eterna’, onde alegria
e experança estão para sempre perdidas”.4
O problema com esta opinião
do inferno é que ela quer substituir tormento físico por angústia mental.
Alguns podem duvidar se angústia mental eterna é realmente mais humana do que
tormento físico. Mesmo que fosse verdade, a diminuição do grau de dor num
inferno não literal não muda substancialmente a natureza do inferno, pois ele
ainda permanece um lugar de tormento sem fim. A solução se encontra não em
humanizar ou sanear a opinião tradicional sobre o inferno de modo a torná-lo um
lugar mais tolerável onde os ímpios passarão a eternidade, mas em compreender a
natureza verdadeira do castigo final o qual, como veremos, é aniquilamento
permanente e não tormento eterno.
do inferno é que ela quer substituir tormento físico por angústia mental.
Alguns podem duvidar se angústia mental eterna é realmente mais humana do que
tormento físico. Mesmo que fosse verdade, a diminuição do grau de dor num
inferno não literal não muda substancialmente a natureza do inferno, pois ele
ainda permanece um lugar de tormento sem fim. A solução se encontra não em
humanizar ou sanear a opinião tradicional sobre o inferno de modo a torná-lo um
lugar mais tolerável onde os ímpios passarão a eternidade, mas em compreender a
natureza verdadeira do castigo final o qual, como veremos, é aniquilamento
permanente e não tormento eterno.
A
opinião universalista do inferno. Uma revisão mais radical do inferno tem sido tentada por
universalistas que reduzem o inferno a uma condição temporária de castigos
graduados que no fim levam ao céu. Os universalistas crêem que Deus afinal terá
êxito em levar a todo ser humano à salvação e à vida eterna de modo que ninguém
será condenado no julgamento final ao tormento eterno ou ao aniquilamento.5
opinião universalista do inferno. Uma revisão mais radical do inferno tem sido tentada por
universalistas que reduzem o inferno a uma condição temporária de castigos
graduados que no fim levam ao céu. Os universalistas crêem que Deus afinal terá
êxito em levar a todo ser humano à salvação e à vida eterna de modo que ninguém
será condenado no julgamento final ao tormento eterno ou ao aniquilamento.5
Ninguém negará o apelo que
o universalismo tem para a consciência cristã, porque toda pessoa que sentiu o
amor de Deus almeja vê-lo salvar a todos. Todavia, nossa apreciação pelo
interesse do universalista de defender o triunfo do amor de Deus e para refutar
a opinião não bíblica do sofrimento eterno não nos devia cegar ao fato que esta
doutrina é uma distorção séria do ensino bíblico. Salvação universal não pode
ser correta somente porque sofrimento eterno é errado. O alvo universal do
propósito salvífico de Deus não deve ser confundido com o fato que aqueles que
rejeitam Sua dádiva de salvação hão de perecer.
o universalismo tem para a consciência cristã, porque toda pessoa que sentiu o
amor de Deus almeja vê-lo salvar a todos. Todavia, nossa apreciação pelo
interesse do universalista de defender o triunfo do amor de Deus e para refutar
a opinião não bíblica do sofrimento eterno não nos devia cegar ao fato que esta
doutrina é uma distorção séria do ensino bíblico. Salvação universal não pode
ser correta somente porque sofrimento eterno é errado. O alvo universal do
propósito salvífico de Deus não deve ser confundido com o fato que aqueles que
rejeitam Sua dádiva de salvação hão de perecer.
Embora
as opiniões metafórica e universalista representem tentativas bem intencionadas
para abrandar o conceito do sofrimento eterno, deixam de reconhecer os dados
bíblicos e conseqüentemente representam mal a doutrina bíblica da punição final
dos que não se salvam. A solução razoável dos problemas das opiniões
tradicionais se encontra, não diminuindo ou eliminando o grau de dor de um
inferno literal, mas em aceitar o inferno tal como ele é: o castigo final e o
aniquilamento dos ímpios. Como a Bíblia diz: “O ímpio não existirá” (Salmo 37:10) porque seu “fim é a
perdição” (Filipenses 3:19).
as opiniões metafórica e universalista representem tentativas bem intencionadas
para abrandar o conceito do sofrimento eterno, deixam de reconhecer os dados
bíblicos e conseqüentemente representam mal a doutrina bíblica da punição final
dos que não se salvam. A solução razoável dos problemas das opiniões
tradicionais se encontra, não diminuindo ou eliminando o grau de dor de um
inferno literal, mas em aceitar o inferno tal como ele é: o castigo final e o
aniquilamento dos ímpios. Como a Bíblia diz: “O ímpio não existirá” (Salmo 37:10) porque seu “fim é a
perdição” (Filipenses 3:19).
O conceito do inferno como aniquilamento
A crença no aniquilamento
dos perdidos é baseada em quatro considerações bíblicas:
dos perdidos é baseada em quatro considerações bíblicas:
(1) a morte como castigo do pecado;
(2) o vocabulário sobre a destruição dos ímpios;
(3) as implicações morais do tormento eterno;
(4) as implicações cosmológicas do tormento eterno.
A
morte como punição do pecado. O aniquilamento final dos
pecadores impenitentes é indicado, em primeiro lugar, pelo princípio bíblico
fundamental que o castigo final do pecado é a morte: “A
alma que pecar morrerá” (Ezequiel
18:4, 20); “O salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23). A punição do pecado
compreende não somente a primeira morte, a qual todos experimentam como
resultado do pecado de Adão, mas também o que a Bíblia chama a segunda morte
(Apocalipse 20:14; 21:8), que é a morte final e irreversível a ser sofrida
pelos pecadores impenitentes. Isso significa que o salário final do pecado não
é o tormento eterno, mas morte permanente.
morte como punição do pecado. O aniquilamento final dos
pecadores impenitentes é indicado, em primeiro lugar, pelo princípio bíblico
fundamental que o castigo final do pecado é a morte: “A
alma que pecar morrerá” (Ezequiel
18:4, 20); “O salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23). A punição do pecado
compreende não somente a primeira morte, a qual todos experimentam como
resultado do pecado de Adão, mas também o que a Bíblia chama a segunda morte
(Apocalipse 20:14; 21:8), que é a morte final e irreversível a ser sofrida
pelos pecadores impenitentes. Isso significa que o salário final do pecado não
é o tormento eterno, mas morte permanente.
A
Bíblia ensina que a morte é a cessação da vida. Não fosse pela segurança da ressurreição (I Coríntios 15:18), a
morte que experimentamos seria a terminação de nossa existência. É a
ressurreição que converte a morte de ser o fim da vida em ser um sono
temporário. Mas não há ressurreição para a segunda morte, porque aqueles que a
sofrem são consumidos no “lago de fogo” (Apocalipse 20:14). Este será o
aniquilamento final.
Bíblia ensina que a morte é a cessação da vida. Não fosse pela segurança da ressurreição (I Coríntios 15:18), a
morte que experimentamos seria a terminação de nossa existência. É a
ressurreição que converte a morte de ser o fim da vida em ser um sono
temporário. Mas não há ressurreição para a segunda morte, porque aqueles que a
sofrem são consumidos no “lago de fogo” (Apocalipse 20:14). Este será o
aniquilamento final.
O
vocabulário bíblico sobre a destruição dos ímpios. A segunda razão compulsiva para crer no aniquilamento dos
perdidos no julgamento final é o rico vocabulário de destruição usado na Bíblia
para descrever o fim dos ímpios. Segundo Basil Atkinson, o Velho Testamento usa
mais de 25 substantivos e verbos para descrever a destruição final dos ímpios.6
vocabulário bíblico sobre a destruição dos ímpios. A segunda razão compulsiva para crer no aniquilamento dos
perdidos no julgamento final é o rico vocabulário de destruição usado na Bíblia
para descrever o fim dos ímpios. Segundo Basil Atkinson, o Velho Testamento usa
mais de 25 substantivos e verbos para descrever a destruição final dos ímpios.6
Diversos
salmos descrevem a destruição final dos ímpios com imagens dramáticas (Salmos
1:3-6; 2:9-12; 11:1-7; 34:8-22; 58:6-10; 69:22-28; 145:17, 20). No Salmo 37,
por exemplo, lemos que os ímpios logo “murcharão como a verdura” (v. 2); eles “serão
desarraiga-dos…e…não existirão” (vv.
9, 10); eles “perecerão…e em fumo se desfarão” (v. 20); os transgressores “serão a uma destruídos” (v. 38). O Salmo 1 contrasta o caminho
do justo com o dos ímpios. Dos últimos ele diz que “não subsistirão no juízo” (v. 5); mas serão“como a moinha que o vento espalha” (v. 4); “o
caminho dos ímpios perecerá” (v.
6). No Salmo 145, Davi afirma: “O Senhor guarda a todos que o amam; mas todos
os ímpios serão destruídos” (v.
20). Esta amostra de referências sobre a destruição final dos ímpios está em
perfeita harmonia com o ensinamento do resto das Escrituras.
salmos descrevem a destruição final dos ímpios com imagens dramáticas (Salmos
1:3-6; 2:9-12; 11:1-7; 34:8-22; 58:6-10; 69:22-28; 145:17, 20). No Salmo 37,
por exemplo, lemos que os ímpios logo “murcharão como a verdura” (v. 2); eles “serão
desarraiga-dos…e…não existirão” (vv.
9, 10); eles “perecerão…e em fumo se desfarão” (v. 20); os transgressores “serão a uma destruídos” (v. 38). O Salmo 1 contrasta o caminho
do justo com o dos ímpios. Dos últimos ele diz que “não subsistirão no juízo” (v. 5); mas serão“como a moinha que o vento espalha” (v. 4); “o
caminho dos ímpios perecerá” (v.
6). No Salmo 145, Davi afirma: “O Senhor guarda a todos que o amam; mas todos
os ímpios serão destruídos” (v.
20). Esta amostra de referências sobre a destruição final dos ímpios está em
perfeita harmonia com o ensinamento do resto das Escrituras.
Os
profetas freqüentemente anunciam a destruição final dos ímpios em conjunção com
o dia escatológico do Senhor. Isaías proclama que os “transgressores
e os pecadores serão juntamente destruidos, e os que deixarem o Senhor serão
consumidos” (Isaías
1:28). Descrições semelhantes se encontram em Sofonias 1:15, 17, 18 e Oséias
13:3.
profetas freqüentemente anunciam a destruição final dos ímpios em conjunção com
o dia escatológico do Senhor. Isaías proclama que os “transgressores
e os pecadores serão juntamente destruidos, e os que deixarem o Senhor serão
consumidos” (Isaías
1:28). Descrições semelhantes se encontram em Sofonias 1:15, 17, 18 e Oséias
13:3.
A
última página do Velho Testamento provê um contraste impressionante entre o
destino dos crentes e o dos incrédulos. Sobre aqueles que temem o Senhor, “nascerá o sol da justiça e salvação trará
debaixo das suas asas” (Malaquias
4:1). Mas para os incréduls o dia do Senhor “os abrasará… de sorte que não lhes deixará
nem raiz nem ramo”(Malaquias 4:1).
última página do Velho Testamento provê um contraste impressionante entre o
destino dos crentes e o dos incrédulos. Sobre aqueles que temem o Senhor, “nascerá o sol da justiça e salvação trará
debaixo das suas asas” (Malaquias
4:1). Mas para os incréduls o dia do Senhor “os abrasará… de sorte que não lhes deixará
nem raiz nem ramo”(Malaquias 4:1).
O Novo Testamento segue de
perto o Velho ao descrever o fim dos ímpios com palavras e imagens que denotam
aniquilamento total. Jesus comparou a destruição total dos ímpios a coisas como
o joio atado em molhos para serem queimados (Mateus 13:30, 40), o peixe ruim
que é lançado fora (Mateus 13:48), as plantas daninhas que serão arrancadas
(Mateus 15:13), a árvore sem fruto que será cortada (Lucas 13:7), os ramos
ressequidos que são lançados no fogo (João 15:6), os lavradores infiéis que
serão destruídos (Lucas 20:16), os antediluvianos que foram destruídos pelo
dilúvio (Lucas 17:27), o povo de Sodoma e Gomorra que foi consumido pelo fogo
(Lucas 17:29), e os servos rebeldes que foram mortos à volta de seu Senhor
(Lucas 19:27).
perto o Velho ao descrever o fim dos ímpios com palavras e imagens que denotam
aniquilamento total. Jesus comparou a destruição total dos ímpios a coisas como
o joio atado em molhos para serem queimados (Mateus 13:30, 40), o peixe ruim
que é lançado fora (Mateus 13:48), as plantas daninhas que serão arrancadas
(Mateus 15:13), a árvore sem fruto que será cortada (Lucas 13:7), os ramos
ressequidos que são lançados no fogo (João 15:6), os lavradores infiéis que
serão destruídos (Lucas 20:16), os antediluvianos que foram destruídos pelo
dilúvio (Lucas 17:27), o povo de Sodoma e Gomorra que foi consumido pelo fogo
(Lucas 17:29), e os servos rebeldes que foram mortos à volta de seu Senhor
(Lucas 19:27).
Todas estas ilustrações
descrevem de modo gráfico a destruição final dos ímpios. O contraste entre o
destino dos salvos e o dos perdidos é um de vida versus destruição.
descrevem de modo gráfico a destruição final dos ímpios. O contraste entre o
destino dos salvos e o dos perdidos é um de vida versus destruição.
Aqueles que apelam às
referências de Cristo ao inferno ou fogo do inferno (gehenna, Mateus 5:22, 29,
30; 18:8, 9; 23:15, 33; Marcos 9:43, 44, 46, 47, 48) para apoiar sua crença num
tormento eterno, deixam de reconhecer um ponto importante. Como John Stott
assinala: “O fogo mesmo é chamado ‘eterno’ e ‘inextinguível’, mas seria muito
estranho se aquilo que nele fosse jogado se demonstrasse indestrutível.
Esperaríamos o oposto: seria consumido para sempre, não atormentado para
sempre. Segue-se que é o fumo (evidência de que o fogo efetuou seu trabalho)
que ‘sobe para todo o sempre’ (Apocalipse 14:11; ver 10:3)”.7 A referência de
Cristo a gehenna não indica que o inferno seja um lugar de tormento infindo. O
que é eterno ou inextinguível não é o castigo mas o fogo que, como no caso de
Sodoma e Gomorra, causa a destruição completa e permanente dos ímpios, uma
condição que dura para sempre.
referências de Cristo ao inferno ou fogo do inferno (gehenna, Mateus 5:22, 29,
30; 18:8, 9; 23:15, 33; Marcos 9:43, 44, 46, 47, 48) para apoiar sua crença num
tormento eterno, deixam de reconhecer um ponto importante. Como John Stott
assinala: “O fogo mesmo é chamado ‘eterno’ e ‘inextinguível’, mas seria muito
estranho se aquilo que nele fosse jogado se demonstrasse indestrutível.
Esperaríamos o oposto: seria consumido para sempre, não atormentado para
sempre. Segue-se que é o fumo (evidência de que o fogo efetuou seu trabalho)
que ‘sobe para todo o sempre’ (Apocalipse 14:11; ver 10:3)”.7 A referência de
Cristo a gehenna não indica que o inferno seja um lugar de tormento infindo. O
que é eterno ou inextinguível não é o castigo mas o fogo que, como no caso de
Sodoma e Gomorra, causa a destruição completa e permanente dos ímpios, uma
condição que dura para sempre.
A
declaração de Cristo de que os ímpios “‘irão para o tormento eterno, mas os justos
para a vida eterna’” (Mateus
25:46) é geralmente considerada como prova do sofrimento eterno e consciente
dos ímpios. Esta interpretação ignora a diferença entre punição eterna e o ato
de punir eternamente. O termo grego aionios (“eterno”) literalmente significa“aquilo que dura um período”, e freqüentemente refere à permanência
do resultado e não à continuação de um processo. Por exemplo, Judas 7 diz que
Sodoma e Gomorra sofreram“a
pena do fogo eterno”. É
evidente que o fogo que destruiu as duas cidades é eterno, não por causa de sua
duração mas por causa de seus resultados permanentes.
declaração de Cristo de que os ímpios “‘irão para o tormento eterno, mas os justos
para a vida eterna’” (Mateus
25:46) é geralmente considerada como prova do sofrimento eterno e consciente
dos ímpios. Esta interpretação ignora a diferença entre punição eterna e o ato
de punir eternamente. O termo grego aionios (“eterno”) literalmente significa“aquilo que dura um período”, e freqüentemente refere à permanência
do resultado e não à continuação de um processo. Por exemplo, Judas 7 diz que
Sodoma e Gomorra sofreram“a
pena do fogo eterno”. É
evidente que o fogo que destruiu as duas cidades é eterno, não por causa de sua
duração mas por causa de seus resultados permanentes.
Outro exemplo se encontra
em II Tessalonicenses 1:9, onde Paulo, falando daqueles que rejeitam o
evangelho, diz: “Os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face
do Senhor e a glória do seu poder. É evidente que a destruição dos ímpios não
pode ser eterna em sua duração, porque é difícil imaginar um processo de
destruição eterno e inconclusivo. Destruição pressupõe aniquilamento. A
destruição dos ímpios é eterna, não porque o processo de destruição continua
para sempre, mas porque os resultados são permanentes.
em II Tessalonicenses 1:9, onde Paulo, falando daqueles que rejeitam o
evangelho, diz: “Os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face
do Senhor e a glória do seu poder. É evidente que a destruição dos ímpios não
pode ser eterna em sua duração, porque é difícil imaginar um processo de
destruição eterno e inconclusivo. Destruição pressupõe aniquilamento. A
destruição dos ímpios é eterna, não porque o processo de destruição continua
para sempre, mas porque os resultados são permanentes.
A
linguagem de destruição é inescapável no livro do Apocalipse. Lá ele representa a maneira de Deus vencer a oposição do mal a
Si mesmo e a Seu povo. João descreve com ilustrações vívidas o lançamento do
diabo, da besta, do falso profeta, da morte, de Hades e de todos os ímpios no
lago de fogo que é a “a segunda morte”(Apocalipse 21:8;
cf. 20:14; 2:11; 20:6).
linguagem de destruição é inescapável no livro do Apocalipse. Lá ele representa a maneira de Deus vencer a oposição do mal a
Si mesmo e a Seu povo. João descreve com ilustrações vívidas o lançamento do
diabo, da besta, do falso profeta, da morte, de Hades e de todos os ímpios no
lago de fogo que é a “a segunda morte”(Apocalipse 21:8;
cf. 20:14; 2:11; 20:6).
Os judeus
freqüentemente usavam a frase “segunda morte” para descrever a morte final e
irreversível. Exemplos numerosos podem ser achados no Targum, a tradução e
interpretação em aramaico do Velho Testamento. Por exemplo, o Targum sobre
Isaías 65:6 diz: “Seu castigo será em Gehenna onde o fogo arde
todo o dia. Eis, está escrito diante de mim: ‘Não lhes darei descanso durante
[sua] vida mas lhes darei o castigo de sua transgressão e entregarei seus
corpos à segunda morte’”.8
freqüentemente usavam a frase “segunda morte” para descrever a morte final e
irreversível. Exemplos numerosos podem ser achados no Targum, a tradução e
interpretação em aramaico do Velho Testamento. Por exemplo, o Targum sobre
Isaías 65:6 diz: “Seu castigo será em Gehenna onde o fogo arde
todo o dia. Eis, está escrito diante de mim: ‘Não lhes darei descanso durante
[sua] vida mas lhes darei o castigo de sua transgressão e entregarei seus
corpos à segunda morte’”.8
Para
os salvos, a ressurreição marca o galardão de outra vida mais elevada, mas para
os perdidos marca a retribuição de uma segunda morte que é final. Como não há
mais morte para os remidos (Apocalipse 21:4), assim não há mais vida para os
perdidos (Apocalipse 21:8). A “segunda morte”, então, é a morte final e irreversível.
Interpretar a frase de outro modo, como um tormento eterno e consciente ou
separação de Deus, nega o significado bíblico da morte como uma cessação de
vida.
os salvos, a ressurreição marca o galardão de outra vida mais elevada, mas para
os perdidos marca a retribuição de uma segunda morte que é final. Como não há
mais morte para os remidos (Apocalipse 21:4), assim não há mais vida para os
perdidos (Apocalipse 21:8). A “segunda morte”, então, é a morte final e irreversível.
Interpretar a frase de outro modo, como um tormento eterno e consciente ou
separação de Deus, nega o significado bíblico da morte como uma cessação de
vida.
As implicações morais do
tormento eterno. Uma terceira razão para crer no aniquilamento final dos
perdidos e a implicação moral inaceitável da doutrina do tormento eterno. A
noção de que Deus deliberadamente tortura pecadores através dos séculos sem fim
da eternidade é totalmente incompatível com a revelação bíblica de Deus como
amor infinito. Um Deus que inflige tortura infinda a Suas criaturas, não
importa quão pecadoras foram, não pode ser o Pai de amor que Jesus Cristo nos
revelou.
tormento eterno. Uma terceira razão para crer no aniquilamento final dos
perdidos e a implicação moral inaceitável da doutrina do tormento eterno. A
noção de que Deus deliberadamente tortura pecadores através dos séculos sem fim
da eternidade é totalmente incompatível com a revelação bíblica de Deus como
amor infinito. Um Deus que inflige tortura infinda a Suas criaturas, não
importa quão pecadoras foram, não pode ser o Pai de amor que Jesus Cristo nos
revelou.
Tem
Deus duas faces? É Ele infinitamente
misericordioso de um lado e insaciavelmente cruel de outro? Pode Ele amar os
pecadores de tal modo que enviou Seu Filho para salvá-los, e ao mesmo tempo
odiar os pecadores impenitentes tanto que os submete a um tormento cruel sem
fin? Podemos legitimamente louvar a Deus por Sua bondade, se Ele atormenta os
pecadores através dos séculos da eternidade? A intuição moral que Deus plantou
em nossa consciência não pode aceitar a crueldade de uma divindade que sujeita
pecadores a tormento infindo. A justiça divina não poderia jamais exigir a
penalidade infinita de dor eterna por causa de pecados finitos.
Deus duas faces? É Ele infinitamente
misericordioso de um lado e insaciavelmente cruel de outro? Pode Ele amar os
pecadores de tal modo que enviou Seu Filho para salvá-los, e ao mesmo tempo
odiar os pecadores impenitentes tanto que os submete a um tormento cruel sem
fin? Podemos legitimamente louvar a Deus por Sua bondade, se Ele atormenta os
pecadores através dos séculos da eternidade? A intuição moral que Deus plantou
em nossa consciência não pode aceitar a crueldade de uma divindade que sujeita
pecadores a tormento infindo. A justiça divina não poderia jamais exigir a
penalidade infinita de dor eterna por causa de pecados finitos.
Além disso, tormento eterno
e consciente é contrário ao conceito bíblico de justiça porque tal castigo
criaria uma desproporção séria entre os pecados cometidos durante uma vida e o
castigo resultante durando por toda a eternidade. Como John Stott pergunta:
“Não haveria, então, uma desproporção séria entre pecados conscientemente
cometidos no tempo e tormento conscientemente sofrido através da eternidade?
Não minimizo a gravidade da pecado como rebelião contra Deus nosso Criador, mas
qüestiono se `tormento eterno consciente’ é compatível com a revelação bíblica
da justiça divina”.9
e consciente é contrário ao conceito bíblico de justiça porque tal castigo
criaria uma desproporção séria entre os pecados cometidos durante uma vida e o
castigo resultante durando por toda a eternidade. Como John Stott pergunta:
“Não haveria, então, uma desproporção séria entre pecados conscientemente
cometidos no tempo e tormento conscientemente sofrido através da eternidade?
Não minimizo a gravidade da pecado como rebelião contra Deus nosso Criador, mas
qüestiono se `tormento eterno consciente’ é compatível com a revelação bíblica
da justiça divina”.9
As
implicações cosmológicas do tormento eterno. Uma razão final para crer no
aniquilamento dos perdidos é que tormento eterno pressupõe um dualismo cósmico
eterno. Céu e inferno, felicidade e dor, bem e mal continuariam a existir para
sempre lado a lado. É impossível reconciliar esta opinião com a visão profética
da nova terra na qual não mais “haverá morte, nem pranto, nem clamor, porque
já as primeiras coisas são passadas” (Apocalipse 21:4). Como poderiam
pranto e dor serem esquecidos se a agonia e angústia dos perdidos fossem
aspectos permanentes da nova ordem? A presença de incontáveis milhões sofrendo
para sempre tormento excruciante, mesmo se fosse bem longe do arraial dos
santos, serviria apenas para destruir a paz e a felicidade do novo mundo. A
nova criação resultaria defeituosa desde o primeiro dia, visto que os pecadores
permaneceriam como uma realidade eterna no universo de Deus.
implicações cosmológicas do tormento eterno. Uma razão final para crer no
aniquilamento dos perdidos é que tormento eterno pressupõe um dualismo cósmico
eterno. Céu e inferno, felicidade e dor, bem e mal continuariam a existir para
sempre lado a lado. É impossível reconciliar esta opinião com a visão profética
da nova terra na qual não mais “haverá morte, nem pranto, nem clamor, porque
já as primeiras coisas são passadas” (Apocalipse 21:4). Como poderiam
pranto e dor serem esquecidos se a agonia e angústia dos perdidos fossem
aspectos permanentes da nova ordem? A presença de incontáveis milhões sofrendo
para sempre tormento excruciante, mesmo se fosse bem longe do arraial dos
santos, serviria apenas para destruir a paz e a felicidade do novo mundo. A
nova criação resultaria defeituosa desde o primeiro dia, visto que os pecadores
permaneceriam como uma realidade eterna no universo de Deus.
O propósito do plano da salvação é desarraigar definitivamente a
presença de pecado e pecadores deste mundo. Somente se os pecadores, Satanás e os diabos são afinal
consumidos no lago de fogo e extintos na segunda morte que verdadeiramente
poderemos dizer que a missão redentora de Cristo foi concluída. Tormento eterno
lançaria uma sombra permanente sobre a nova criação.
presença de pecado e pecadores deste mundo. Somente se os pecadores, Satanás e os diabos são afinal
consumidos no lago de fogo e extintos na segunda morte que verdadeiramente
poderemos dizer que a missão redentora de Cristo foi concluída. Tormento eterno
lançaria uma sombra permanente sobre a nova criação.
Nossa
geração precisa desesperadamente aprender o temor de Deus, e esta é uma razão
para pregar o juízo final e castigo. Precisamos advertir as pessoas que aqueles
que rejeitam os princípios de vida de Cristo e a provisão de salvação
experimentarão afinal um julgamento terrível e “padecerão
eterna perdição” (II
Tessalonicenses 1:9). Precisamos proclamar as grandes alternativas entre vida
eterna e destruição permanente. A recuperação do ponto de vista bíblico do
juízo final pode soltar a língua dos pregadores, porque podem pregar esta
doutrina vital sem receio de retratar a Deus como um monstro.
geração precisa desesperadamente aprender o temor de Deus, e esta é uma razão
para pregar o juízo final e castigo. Precisamos advertir as pessoas que aqueles
que rejeitam os princípios de vida de Cristo e a provisão de salvação
experimentarão afinal um julgamento terrível e “padecerão
eterna perdição” (II
Tessalonicenses 1:9). Precisamos proclamar as grandes alternativas entre vida
eterna e destruição permanente. A recuperação do ponto de vista bíblico do
juízo final pode soltar a língua dos pregadores, porque podem pregar esta
doutrina vital sem receio de retratar a Deus como um monstro.
…………………………………………………………………………………………..
Samuele
Bacchiocchi (Ph.D., Pontificia Universita Gregoriana) é professor de religião
na Andrews University, Berrien Springs, Michigan, E.U.A. Este artigo é baseado
num capítulo de seu novo livro Immortality or Resurrection? A
Biblical Study on Human Nature and Destiny (Berrien Springs, Michigan: Biblical
Perspectives, 1997). Seu endereço: 4990 Appian Way; Berrien Springs, Michigan
49103; E.U.A.
Bacchiocchi (Ph.D., Pontificia Universita Gregoriana) é professor de religião
na Andrews University, Berrien Springs, Michigan, E.U.A. Este artigo é baseado
num capítulo de seu novo livro Immortality or Resurrection? A
Biblical Study on Human Nature and Destiny (Berrien Springs, Michigan: Biblical
Perspectives, 1997). Seu endereço: 4990 Appian Way; Berrien Springs, Michigan
49103; E.U.A.
Notas e referências
1. Para um exame de pesquisa
recente sobre a natureza do inferno, ver Samuele Bacchiocchi. Immortality
or Resurrection? A Biblical Study on Human Nature and Destiny (Berrien Springs,
Mich.: Biblical Perspectives, 1997), págs. 193-248.
recente sobre a natureza do inferno, ver Samuele Bacchiocchi. Immortality
or Resurrection? A Biblical Study on Human Nature and Destiny (Berrien Springs,
Mich.: Biblical Perspectives, 1997), págs. 193-248.
2. Ver
William V. Crocket, “The Metaphorical View”, em William Crockett, ed., Four
Views of Hell (Grand Rapids, Mich.: Zondervan, 1992), págs. 43-81.
William V. Crocket, “The Metaphorical View”, em William Crockett, ed., Four
Views of Hell (Grand Rapids, Mich.: Zondervan, 1992), págs. 43-81.
3. Billy
Graham, “There is a Real Hell”, Decision 25 (Julho-Agosto 1984), pág. 2. Noutro lugar Graham pergunta:
“Poderia ser que o fogo do qual Jesus falou é uma eterna busca de Deus que
nunca é satisfeita? Isso, com efeito seria inferno. Estar separado de Deus para
sempre, separado de sua Presença”. Ver The
Challenge: Sermons From Madison Square Garden (Garden City, N.Y.; Doubleday,
1969), pág. 75.
Graham, “There is a Real Hell”, Decision 25 (Julho-Agosto 1984), pág. 2. Noutro lugar Graham pergunta:
“Poderia ser que o fogo do qual Jesus falou é uma eterna busca de Deus que
nunca é satisfeita? Isso, com efeito seria inferno. Estar separado de Deus para
sempre, separado de sua Presença”. Ver The
Challenge: Sermons From Madison Square Garden (Garden City, N.Y.; Doubleday,
1969), pág. 75.
4. Crockett,
pág. 61.
pág. 61.
5. Basil
F. C. Atkinson, Life and Immortality: Examination of the Nature and Meaning of
Life and Death as They are Revealed in The Scriptures (Taunton, England: E.
Goodman, n.d.), págs. 85, 86.
F. C. Atkinson, Life and Immortality: Examination of the Nature and Meaning of
Life and Death as They are Revealed in The Scriptures (Taunton, England: E.
Goodman, n.d.), págs. 85, 86.
6. Idem.
7. John
Stott e David L. Edwards, Essentials: A Liberal-Evangelical Dialogue (London:
Hodder and Stoughton, 1988), pág. 316.
Stott e David L. Edwards, Essentials: A Liberal-Evangelical Dialogue (London:
Hodder and Stoughton, 1988), pág. 316.
8. M.
McNamara, The New Testament and the Palestinian Targum to the Pentateuch (New
York: Pontifical Biblical Institute, 1978), pág. 123.
McNamara, The New Testament and the Palestinian Targum to the Pentateuch (New
York: Pontifical Biblical Institute, 1978), pág. 123.
9. Stott e
Edwards, Essentials, págs. 318, 319. (Samuele Bacchiocchi)
Edwards, Essentials, págs. 318, 319. (Samuele Bacchiocchi)