Pés Descalços
Criança que passa na rua em pleno sol,
vai levando a vida a rir e a brincar…
às vezes, a vejo chorando perto do farol:
às vezes, a vejo chorando perto do farol:
os olhos vermelhos, o pão a mendigar!
Sem ouvir nenhum conselho, prossegue
a pobre criança, com os pés descalços …
quase nua, maltrapilha ao mal entregue,
com sono e sem leito, muitos percalços.
quase nua, maltrapilha ao mal entregue,
com sono e sem leito, muitos percalços.
Criança magra, no abandono, que dá dó,
segue o caminho espinhoso, nas esquinas;
não quer ser vista por ninguém, anda só:
pés descalços, fuygindo até de buzinas.
não quer ser vista por ninguém, anda só:
pés descalços, fuygindo até de buzinas.
À espera de comida, de roupa, de abrigo,
a criança aspira ter um pouco de amor.
Tem sonhos de vencer um dia, ter amigo
que lhe acalente, amenizando a sua dor.
que lhe acalente, amenizando a sua dor.
Jactância e riqueza em toda parte existe;
tudo observando ficam os ricos nas janelas.
Há algum tempo, eu fui um menino triste,
andando com os pés descalços nas ruelas.
01.11.2009 – Jairo de Lima Alves