Este velho que passa pela rua, bem devagarinho,
Um pouco triste, sujo e com a roupa esfarrapada,
é meu pai! Apesar de afogar as mágoas na bebida,
chama-me ainda pelo nome, cruzando a avenida!
Cansado de tanta luta, deita e dorme na calçada.
Foi esse velho quem me colocou no mundo,
balançando-me na rede, como um filho amado;
ensinou-me a dar os primeiros passos e a orar,
carinhosamente me beijava, me fazendo ninar.
Me conduzia sempre, mesmo estando cansado.
Este velho que serve de chacota à criançada,
ensinou-me as boas lições para viver bem!
Quando pequenino, repreendia-me com amor,
quero hoje entender toda a sua triste dor…
Este velho é meu pai, eu lhe quero muito bem!
Ele sofre muito na vida e de nada tem culpa.
É a missão que recebeu, ninguém pode entender
o motivo de sua tristeza. Quando aparece, chora;
de gole em gole, um pouco de carinho implora.
Este é meu pai, se é o que alguém quer saber!
20.04.2010 – Jairo de Lima Alves