Consciência Cósmica e Alucinação
Parece que a
apreensão da consciência cósmica se verifica de forma mais ou menos agitada,
pois no princípio o indivíduo teme que o novo sentido seja um sintoma de alguma
forma de insanidade. Maomé sentiu-se muito temeroso. Penso que tanto Paulo como
os outros que serão mencionados adiante se sentiram assim afetados. A primeira indagação que todos se fazem,
depois de ter experimentado o novo sentido, é: o que vejo e o que sinto representam
a realidade ou estou sofrendo de uma alucinação? Embora a nova experiência
pareça ainda mais real do que os antigos ensinamentos da consciência simples e
da autoconsciência, isso a princípio não infunde confiança, pois é sabido que a
alucinação, quando se apresenta, toma conta da mente com segurança à da
realidade.
apreensão da consciência cósmica se verifica de forma mais ou menos agitada,
pois no princípio o indivíduo teme que o novo sentido seja um sintoma de alguma
forma de insanidade. Maomé sentiu-se muito temeroso. Penso que tanto Paulo como
os outros que serão mencionados adiante se sentiram assim afetados. A primeira indagação que todos se fazem,
depois de ter experimentado o novo sentido, é: o que vejo e o que sinto representam
a realidade ou estou sofrendo de uma alucinação? Embora a nova experiência
pareça ainda mais real do que os antigos ensinamentos da consciência simples e
da autoconsciência, isso a princípio não infunde confiança, pois é sabido que a
alucinação, quando se apresenta, toma conta da mente com segurança à da
realidade.
Seja ou não verdade, cada pessoa que passou pela experiência
crê forçosamente em seus ensinamentos, aceitando-os como tão absolutos como
outros ensinamentos que possa ter recebido. Entretanto, isso não bastaria para
demonstrar a sua veracidade, pois poderíamos dizer o mesmo sobre as alucinações
de um demente. Como, então, saberemos
que se trata de um novo sentido, fato revelado, e não uma forma de insanidade,
lançando o sujeito na alucinação? Em primeiro lugar, as tendências da
mencionada condição são de todo diferentes e até mesmo opostas às da alienação
mental. Essas últimas caracterizam-se por ser amorais ou até mesmo imorais,
enquanto que as primeiras são altamente morais. Em seguida, enquanto que em
todas as formas de insanidade se reduz a inibição, que algumas vezes chega
mesmo a desaparecer, na consciência cósmica ela sofre um aumento. Essa última
afirmação pode ser amplamente provada pela vida dos homens aqui citados como
exemplo¹.
crê forçosamente em seus ensinamentos, aceitando-os como tão absolutos como
outros ensinamentos que possa ter recebido. Entretanto, isso não bastaria para
demonstrar a sua veracidade, pois poderíamos dizer o mesmo sobre as alucinações
de um demente. Como, então, saberemos
que se trata de um novo sentido, fato revelado, e não uma forma de insanidade,
lançando o sujeito na alucinação? Em primeiro lugar, as tendências da
mencionada condição são de todo diferentes e até mesmo opostas às da alienação
mental. Essas últimas caracterizam-se por ser amorais ou até mesmo imorais,
enquanto que as primeiras são altamente morais. Em seguida, enquanto que em
todas as formas de insanidade se reduz a inibição, que algumas vezes chega
mesmo a desaparecer, na consciência cósmica ela sofre um aumento. Essa última
afirmação pode ser amplamente provada pela vida dos homens aqui citados como
exemplo¹.
Em terceiro lugar, não importa o que digam os escarnecedores
da religião, é certo que a civilização moderna, em sua maioria, continua
apegada aos ensinamentos do novo sentido. Os “mestres” são ensinados
por ele e o resto do mundo por eles, através de seus livros, seguidores e discípulos,
de tal forma que se considerássemos o que aqui denominamos consciência cósmica
como uma forma de insanidade, enfrentaríamos o fato (absurdo) de que toda a
nossa civilização, incluindo as mais importantes religiões, estaria mergulhada
na alucinação. Mas, sem alimentar absurda alternativa, podemos sustentar que a
evidência da realidade objetiva que corresponde a essa faculdade é a mesma que
temos quanto à realidade de qualquer outro sentido ou faculdade.
Exemplifiquemos com a visão: Sabemos que a árvore que está lá do outro lado do
campo, a meia milha de distância, é real, não uma alucinação; sabemos disso
porque todas as outras pessoas que possuem o sentido da visão podem vê-la
também, e se fosse uma alucinação só seria visível para nós mesmos. Utilizando
o mesmo raciocínio, estabelecemos a realidade do universo objetivo, registrando
a consciência cósmica.
da religião, é certo que a civilização moderna, em sua maioria, continua
apegada aos ensinamentos do novo sentido. Os “mestres” são ensinados
por ele e o resto do mundo por eles, através de seus livros, seguidores e discípulos,
de tal forma que se considerássemos o que aqui denominamos consciência cósmica
como uma forma de insanidade, enfrentaríamos o fato (absurdo) de que toda a
nossa civilização, incluindo as mais importantes religiões, estaria mergulhada
na alucinação. Mas, sem alimentar absurda alternativa, podemos sustentar que a
evidência da realidade objetiva que corresponde a essa faculdade é a mesma que
temos quanto à realidade de qualquer outro sentido ou faculdade.
Exemplifiquemos com a visão: Sabemos que a árvore que está lá do outro lado do
campo, a meia milha de distância, é real, não uma alucinação; sabemos disso
porque todas as outras pessoas que possuem o sentido da visão podem vê-la
também, e se fosse uma alucinação só seria visível para nós mesmos. Utilizando
o mesmo raciocínio, estabelecemos a realidade do universo objetivo, registrando
a consciência cósmica.
Todas as pessoas que possuem a faculdade relatam as mesmas
experiências ou fatos. Caso três homens olhassem a árvore e meia hora depois
lhes fosse solicitado desenhá-la ou descrevê-la, os três desenhos ou descrições
não seriam idênticos, discrepariam num ou noutro detalhe, mas corresponderiam
em seus traços gerais. Assim ocorre com os relatos daqueles que passaram pela
consciência cósmica: são semelhantes na essência, embora divirjam mais ou menos
nos detalhes (e essas divergências bem que podem ser o resultado de nossa má
interpretação). Não há registro de uma pessoa que tenha passado pela
consciência cósmica, negando ou disputando com os ensinamentos de outra que
tenha experienciado o mesmo. Embora Paulo, devido as suas experiências
anteriores, estivesse pouco predisposto a aceitá-los, tão logo sofreu a
consciência cósmica percebeu que os ensinamentos de Jesus eram verdadeiros.
Maomé aceitou Jesus não só como o maior dos profetas, mas como alguém que se
achava num plano superior ao de Adão, Noé, Moisés e os outros. Ele diz: “E
enviamos Noé e Abraão e pusemos na semente deles a profecia e o livro; e alguns
deles foram guiados, embora muitos deles fossem trabalhadores da abominação.
experiências ou fatos. Caso três homens olhassem a árvore e meia hora depois
lhes fosse solicitado desenhá-la ou descrevê-la, os três desenhos ou descrições
não seriam idênticos, discrepariam num ou noutro detalhe, mas corresponderiam
em seus traços gerais. Assim ocorre com os relatos daqueles que passaram pela
consciência cósmica: são semelhantes na essência, embora divirjam mais ou menos
nos detalhes (e essas divergências bem que podem ser o resultado de nossa má
interpretação). Não há registro de uma pessoa que tenha passado pela
consciência cósmica, negando ou disputando com os ensinamentos de outra que
tenha experienciado o mesmo. Embora Paulo, devido as suas experiências
anteriores, estivesse pouco predisposto a aceitá-los, tão logo sofreu a
consciência cósmica percebeu que os ensinamentos de Jesus eram verdadeiros.
Maomé aceitou Jesus não só como o maior dos profetas, mas como alguém que se
achava num plano superior ao de Adão, Noé, Moisés e os outros. Ele diz: “E
enviamos Noé e Abraão e pusemos na semente deles a profecia e o livro; e alguns
deles foram guiados, embora muitos deles fossem trabalhadores da abominação.
Então, seguimos suas
pegadas com nossos apóstolos; e os seguimos com Jesus, o filho de Maria; e lhe
demos o evangelho; e pusemos no coração de seus seguidores a bondade e a
compaixão” (153. 269). E Palmer dá seu testemunho: “Maomé vê o nosso
Senhor com veneração especial e chega ao ponto de chamá-lo de ‘Espírito’ e
‘Palavra’ de Deus e de ‘Messias’ (152.51). Walt Whitman aceita os ensinamentos
de Buda, Jesus, Paulo, Maomé, especialmente de Jesus, que conhecia melhor. Como
ele declara: “Aceitando os evangelhos, aceitando-o a Ele que foi
crucificado, sabendo com certeza de que Ele era divino” (193: 69). E se,
como Whitman uma vez desejou: “Os grandes mestres pudessem voltar e
estudar-me” (193: 20), é certo que todos o acolheriam como “um irmão
do cúmulo radiante”. Assim, todos os homens que esse escritor sabe terem
sido iluminados estão de acordo quanto aos detalhes essenciais e com todos os
mestres do passado também iluminados. Também parece que os homens livres de
preconceito, que conheçam algo sobre mais de uma religião, reconhecem, como Sir
Edwin Arnold, que as grandes crenças são “Irmãs”, ou, como diz Arthur
Lillie, que “Buda e Cristo ensinaram doutrinas semelhantes”. (Autoria
Desconhecida)
pegadas com nossos apóstolos; e os seguimos com Jesus, o filho de Maria; e lhe
demos o evangelho; e pusemos no coração de seus seguidores a bondade e a
compaixão” (153. 269). E Palmer dá seu testemunho: “Maomé vê o nosso
Senhor com veneração especial e chega ao ponto de chamá-lo de ‘Espírito’ e
‘Palavra’ de Deus e de ‘Messias’ (152.51). Walt Whitman aceita os ensinamentos
de Buda, Jesus, Paulo, Maomé, especialmente de Jesus, que conhecia melhor. Como
ele declara: “Aceitando os evangelhos, aceitando-o a Ele que foi
crucificado, sabendo com certeza de que Ele era divino” (193: 69). E se,
como Whitman uma vez desejou: “Os grandes mestres pudessem voltar e
estudar-me” (193: 20), é certo que todos o acolheriam como “um irmão
do cúmulo radiante”. Assim, todos os homens que esse escritor sabe terem
sido iluminados estão de acordo quanto aos detalhes essenciais e com todos os
mestres do passado também iluminados. Também parece que os homens livres de
preconceito, que conheçam algo sobre mais de uma religião, reconhecem, como Sir
Edwin Arnold, que as grandes crenças são “Irmãs”, ou, como diz Arthur
Lillie, que “Buda e Cristo ensinaram doutrinas semelhantes”. (Autoria
Desconhecida)